ZEQUINHA E PROJETO LIVRO NO CHÃO

 

 O nome de guerra no seminário era Zequinha. Na pia batismal, recebeu o nome de José Bonifácio Ferreira de Lima.

Mas para nós, seus confrades e irmãos de caminhada, ele sempre foi mais do que um nome — foi uma presença viva, ardente e missionária. Zequinha, aquele grande artilheiro dos tempos de seminário, que fazia gols memoráveis na seleção e nos campeonatos da época, hoje continua artilheiro — mas seus gols agora são lançados nas praças de Guarulhos, onde atua como um verdadeiro apóstolo da cultura, da leitura e da esperança.

Ontem, 7 de abril, 2025, a cidade reconheceu o valor dessa caminhada silenciosa e fecunda com uma justa homenagem na Câmara Municipal de Guarulhos. Mas nós sabemos que essa homenagem começou muito antes, cada vez que ele estendeu um livro, um sorriso, um gesto de escuta ou uma palavra amiga a alguém na praça. É ali, no chão da vida, que ele vive o que podemos chamar de “Teologia das Praças Públicas” — aquela que não se limita ao púlpito, mas se manifesta no banco da praça, ao lado das crianças, dos aposentados, dos jovens, dos leitores anônimos, dos passantes cansados. É uma teologia encarnada, que se faz gesto, convivência e partilha.

 

Esse é o missionário leigo que alegra Santo Afonso, com sua alegria redentorista e popular. Que alegra a Beata Celeste Maria Crostarosa, que sonhava com uma igreja viva e próxima do povo. Que alegra São Clemente Hofbauer, o patrono das missões urbanas, e tantos outros santos da nossa congregação, que reconheceriam em Zequinha um verdadeiro “homem da praça”, à semelhança do próprio Cristo, que também preferia os caminhos, as montanhas, os poços e as margens para seus encontros transformadores.

Parabéns, Zequinha! Parabéns, José Ferreira! Sua missão não tem microfone, mas ecoa. Não tem altar de pedra, mas tem chão sagrado. Continue sendo esse artilheiro do bem, que marca gols em corações sedentos de sentido, cultura e fé.