Sexta feira da Sétima Semana do Tempo Pascal. O Espírito Santo, já nos espreita no horizonte de nosso campo visual. Pentecostes está bem ali. O coração dos que crêem já se aquece com a luz incandescente do Espírito que vem ao nosso encontro. Um conforto toma conta de nós, afinal, como diz antífona do Evangelho de hoje: “O Espírito Santo, o Paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado”. (Jo 14,26) A luz do Senhor vem até nós.
Rezei nesta manhã escutando o burburinho da grande cidade de Campinas. Ela não é mais a mesma dos meus tempos de filosofia na PUCamp. Também, já se vão 32 anos. É sempre bom retornar e rever os amigos, que passamos juntos nos tempos de seminário, que por aqui ficaram. Muita história pra contar. A memória saltita serelepe, trazendo-nos detalhes dos bons tempos que se foram. Relembrando o passado, reconheço o meu eu e as opções que fui adotando nas escolhas do melhor caminho a seguir.
17 de maio, comemoramos o “Dia Mundial da Reciclagem”. Esta data foi criada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Com esta iniciativa, todos somos incentivados à reflexão, sobre a importância de descartar corretamente e reciclar nossos itens consumidos, reduzindo assim a quantidade de resíduos jogados “fora”, nos aterros sanitários, minimizando o impacto ambiental negativo.
Cuidar da Casa Comum é nosso dever e obrigação, pois ela cuida de nossa criação. A consciência e a “conversão ecológica” nos fazem ver e sentir como parte de um todo interligado como se fossemos um. Como nos diz acertadamente o Papa Francisco: “cuidar da nossa Casa Comum, mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, não é simplesmente um esforço utilitário, mas uma obrigação moral para todos os homens e mulheres como filhos de Deus”.
“Tu me amas?” Esta é a pergunta desconcertante que Jesus faz a Pedro, que o Evangelho de João, da liturgia do dia de hoje nos reserva. Por três vezes o Mestre pergunta ao discípulo intempestivo. Evidentemente que aquele discípulo, ficou deveras incomodado diante da insistente inquirição, e dá a sua resposta que sela a sua confiança diante do Mestre: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. (Jo 21,17)
Não basta dizer, que se ama e que é amado. Amar requer atitude, compromisso, doação e entrega total de quem ama e se deixa ser amado. Na relação que temos com Jesus, devemos entender que Ele nos tem como amigos e irmãos. É desta forma que devemos nos relacionar com Deus, tendo Jesus como o amigo e irmão da caminhada. Na medida em que assim nos relacionamos, Ele nos convida: “Segue-me”. (Jo 17,19)
Seguir a Jesus é reproduzir nas nossas relações cotidianas o mesmo jeito de amigo e irmão com que Ele nos tem. Segui-lo na caminhada com os irmãos e irmãs, fazendo a nossa parte na construção do Reino. Quem ama, cuida e faz acontecer os gestos de amor. Quem muito ama, cuida muito, e se deixa ser cuidado por Ele. Todas as formas de amar, valem a pena, só não vale o desamor de quem não se ama. Como a Pedro, certamente Jesus hoje está querendo saber de você: “Tu me amas?” Mesmo? Comprove isto, não com palavras jogadas ao vento, mas com gestos plenos de amor. Como nos dizia Saint Exupery: “Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”.
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