Quinta feira Santa. Uma das datas mais importantes do cristianismo. Ela recorda a Última Ceia de Jesus com os seus discípulos, antes de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Na Quinta feira Santa é o fim do período da Quaresma, que teve início na Quarta-feira de Cinzas. Este período remete aos 40 anos de travessia do deserto, feita pelo povo hebreu, e também aos 40 dias em que Jesus foi tentado no deserto. A Quinta-feira Santa é também a abertura do Tríduo Pascal. A Quinta-feira Santa é também o momento da celebração do Lava-pés, em que Jesus lava os pés de seus discípulos. Além do Lava-pés, nesse dia a igreja celebra os sacramentos da Eucaristia e da Ordem, os quais foram instituídos através das palavras de Jesus, segundo o relato bíblico.
“Jesus tomou o pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim. Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês”. (Lc 22,19-20) A última Ceia (Páscoa), celebrada por Jesus, indica o sentido da sua morte: Ele se entrega totalmente (corpo, sangue) em favor da humanidade. Trata-se de um gesto supremo de amor total, que liberta as pessoas de uma vida marcada pelo mal do egoísmo, da indiferença e do comodismo; só assim se constrói a Nova Aliança, que produz a sociedade fundada no dom de si para o bem de todos.
Eucaristia é o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus de Nazaré, o Cristo Senhor. É o Sacramento Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, conforme Paulo mesmo atesta em uma de suas cartas: “Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim”. (1 Cor 11,23-24) Estamos diante de um dos textos mais antigos acerca da Eucaristia. Foi escrito por volta do ano 56, dez anos antes dos Evangelhos. No início, a Celebração Eucarística se fazia depois de uma ceia, onde todos repartiam os alimentos que cada um trazia. Ela é a memória permanente da morte de Jesus como dom de vida para todos (corpo e sangue). Assim, a Eucaristia é a celebração da Nova Aliança, isto é, da nova humanidade que nasce da participação no ato de Jesus, não só no culto, mas na vida cotidiana. Por isso, quando celebramos a Eucaristia, anunciamos o futuro de uma reunião de toda a humanidade unida ao projeto de Jesus.
Na Quinta feira Santa também se celebra a instituição do Sacramento da Ordem. O Ministério Sacerdotal que, com a nova roupagem dada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) o chama de Ministerial presbiteral, uma vez que na configuração bíblica, todos somos sacerdotes. Todos que amam e seguem Jesus, também são sacerdotes, porque são chamados a amar e servir a Deus. Na Bíblia, o sacerdote era a pessoa que representava o povo diante de Deus. Ele tinha o papel de oferecer sacrifícios pelos pecados das pessoas, trazendo perdão e reconciliação com Deus. Neste sentido, o testemunho de Pedro é bastante forte e incisivo, quando diz: “Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa”. (1 Pd 2,9)
Como vemos, a Quinta feira Santa, como abertura do Tríduo Pascal, nos coloca em sintonia com a via crucis de Jesus. Ele vai passar pela experiência da morte, mas antes, será julgado, condenado e torturado por dois poderes que se unem, pensando que dariam fim à sua vida, pregando-o numa cruz. Esqueceram que, com Ele está o Onipotente e Bom Senhor, o Pai Criador de todos nós, que não abandona jamais seu Filho numa cruz, mas o devolve a vida, para que esta seja a plenitude para todos aqueles que abraçarem a sua cruz e o seguirem. Jesus se faz servo servidor de todos, inclusive se despe da arrogância prepotente dos poderosos e dá o exemplo maior de amor, lavando os pés do discipulado. Gesto este que, segundo a tradição judaica, era sempre o menor dentre os outros, ou seja, o que tinha menos poder, que deveria ser aquele que lavava os pés dos seus superiores. Jesus lava os pés dos discípulos e torna-se o “Servum servorum Dei”, o “servo entre os servos de Deus”, mostrando a eles que: “Em verdade, em verdade vos digo que um servo não é maior que o seu senhor, nem um discípulo é maior do que aquele que o enviou”. (Jo 13,16).
A liturgia desta quinta feira deve ser para nós uma catequese cristológica e eclesiológica, para que assim possamos entender melhor a nossa fé no seguimento fiel e coerente a Jesus de Nazaré. Sua morte abre-nos uma passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto simples e humilde de Jesus ensinando-nos que a autoridade só pode ser entendida como função de serviço e entrega aos outros. Como somos irmãos e irmãs nesta grande família, todos e todas, somos iguais. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Pode até ter diferença de dons e funções entre nós, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Diante deste contexto, não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e irmãs, amigos e amigas, em irmandade com o Senhor Ressuscitado.
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