Quinta feira da Oitava da Páscoa. Jesus está vivo! Mais vivo do que nunca! Na pessoa do Filho Amado, Deus venceu as forças da morte e fez triunfar a alegria de viver. A esperança venceu o medo. A morte não tem a última palavra e nem se sobrepõe à vida. “Morte, onde está a sua vitória?” (1Cor 15,55) Depois que Cristo ressuscitou, nenhum tipo de morte terá a vitória final. Deus é vida e é plenitude. Essa vitória de Cristo sobre a morte é também a vitória contra todas as injustiças. Quem está com Jesus e acredita no ressuscitado, pode cantar desde já o triunfo da vida sobre todas as formas do mal no mundo.
A ressurreição não é fruto da imaginação dos discípulos, nem se reduz a fenômeno meramente espiritual. É compromisso com a vida que renasce para florescer na sua plenitude. A ressurreição é fato que atinge o próprio corpo; daí a identidade do Ressuscitado com o Jesus terrestre. O Jesus histórico, preso numa cruz, é o mesmo Cristo Ressuscitado. De agora em diante, qualquer ação humana que traz mais vida para os corpos oprimidos, doentes, torturados, famintos e sedentos, não é apenas obra de misericórdia, mas é sinal concreto do fato central da fé cristã: a Ressurreição do próprio Jesus de Nazaré, que passou a sua vida inteira fazendo o bem aos pequenos.
Estamos no dia de hoje em contato com o Evangelho de Lucas. É o finalzinho de seu Evangelho. Lembrando que o Evangelho de Lucas termina exatamente em Jerusalém e no Templo, onde tudo havia começado. Dali, os apóstolos partiram para a missão até os confins da terra. (cf. At 1,8). Lucas apresenta Jesus como a testemunha fiel que derramou o seu próprio sangue para estar em sintonia com o Projeto de Deus. Ele amou profundamente até as últimas consequências. Entregou a sua vida nas mãos de Deus, para que se instaurasse na história humana o sonho de Deus. Sobre este Jesus, que o nosso bispo Pedro sempre se referia como “a Testemunha Fiel. O Crucificado que é Ressuscitado”. Foi de sua boca que ouvi pela primeira vez esta expressão tão forte. Segundo ele, “nós somos também convocados a sermos testemunhas d’Ele, dando continuidade as suas obras libertadoras”.
“Vós sereis testemunhas de tudo isso”. (Lc 24,48) Sereis minhas testemunhas! Jesus nos faz vislumbrar a utopia do Reino. No Reino, vemos acontecer o sonho de Deus para nós. Já não se trata mais de uma sociedade organizada na desigualdade, na injustiça e na marginalização social dos pequenos. Ser testemunhas do Ressuscitado é lutar na construção deste Reino, combatendo todas as mazelas daqueles que arquitetam a morte dos pequenos. Anunciar o Reino e combater o anti-Reino. Estas duas realidades distintas são incompatíveis. Não dá para ser testemunha de Jesus e defender aqueles que estão do outro lado, patrocinando a desigualdade e a morte dos empobrecidos. Testemunhas do amor fiel de Jesus para com os seus. Somos do discipulado do amor. Somos partidários da vida e vida em abundância.
A nossa utopia é o Reino. O Reino se encontra no horizonte dos nossos sonhos. O Reino sonhado com o mesmo sonho de Deus. É para ele que estão voltados o nosso olhar, nossos anseios e expectativas. Não obstante, o Reino não surge do nada e nem de um momento para outro na história, como por um toque de mágica ou milagre. Ele será fruto do testemunho dado por todos aqueles e aquelas que acreditam n’Ele e o seguem nas trilhas da história, perfazendo com Ele a marcha para a vitória. Ele venceu e está vivo! Nós também venceremos e viveremos n”Ele. A fé na ressurreição renova o compromisso.
O desafio maior enquanto cristãos, é Sermos testemunhas do Ressuscitado, na procura do Reino. Ao longo desta caminhada, depararemos com muitos sinais do anti-Reino. Devemos estar cientes de, que nem tudo entre nós é presença libertadora do Reino. Todavia, não estamos sós nesta tarefa: “O Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas”. (At 1,8) Receberemos o mesmo Espírito que guiou toda a missão de Jesus. Estaremos preparados para testemunhar o Ressuscitado, dando continuidade àquilo que Ele fez e ensinou. Jesus que prepara os seus para a missão futura. Somos também preparados para repetir na nossa história de vida, a missão de instaurar o Reino. Somos da/pela utopia do Reino. Como dizia o nosso bispo Pedro: “A utopia é possível. Se nós optamos por ela, vencendo o passado escravo. Forjando o duro presente, forçando o novo amanhã”. Tudo isso em meio à perseguição. Como Jesus também foi perseguido. Os que aderirmos ao projeto de Jesus, viveremos debaixo da suspeita e da pressão. O confronto se estabelece porque os partidários do “mundo” não aceitam o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
Hoje vendo postagens do watts zap me deparo com a Çao e uma lembrança literária:…
Quinta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Estamos nos finalmente do ano litúrgico. Passou…
Quarta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. A luta continua! Somos filhos e filhas…
Terça feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Já de volta em casa, depois da…
Segunda feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Iniciando mais uma semana em nossa trajetória…
33° Domingo do Tempo Comum. Este é o penúltimo Domingo do Tempo Comum. Estamos nos…