Segunda feira da vigésima oitava semana do tempo comum.
A semana só está começando. Muitas tarefas pela frente, no intuito de fazer acontecer entre nós o sonho de Deus para a humanidade. Cada um de nós é importante neste processo e não nos cabe viver de aparências, muito menos na indiferença. Aderir ao projeto de Deus revelado por Jesus é assumir o compromisso de com Ele caminhar pelas estradas da vida. Vidas pela vida! Vidas pelo Reino! “Compartilhar a vida, criar vida, acreditar na vida, fazer vida, dar vida, multiplicar vida, honrar vida, dar vida, arriscar vida, ser ativistas da vida, defender a vida, buscar a vida, respeitar a vida, construir vida, preservar a vida, aproveitar vida, comprometer vida, valorizar vida, inventar vida, celebrar vida”. (Boletim Nueva Tierra, de Buenos Aires)
Estamos no dia 10 de outubro. Dia Mundial da Saúde Mental. Uma doença física, uma forma de perturbação mental que afeta e causa sofrimento a uma parcela bastante grande de nossa população. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de “31% a 50% da população brasileira pode vir a apresentar pelo menos um episódio de transtorno mental durante a vida”. Dia este que foi pensado para sensibilizar a população e os órgãos de saúde pública, que o tratamento desta doença requer cuidados especiais com a saúde física e mental. Ou seja, as pessoas precisam ser vistas na sua integralidade e não apenas algumas partes delas. Infelizmente as pessoas com esta doença são vistas de forma ainda preconceituosa. Por este motivo o lema da campanha: “Cuidar SIM, Excluir NÃO!”
A vida pede passagem! Nunca que ela esteve tão ameaçada como agora. A vida humana e a vida do planeta. Assim sendo, precisamos retomar os sinais de esperança, colocando a vida em primeiro lugar, conforme Deus pensou assim a criação. Esperança que renasce a cada manhã com o sol trazendo o dia pela mão. Cada amanhecer é um recomeço. Oportunidade de renovar as energias. O esperançar de Deus nos fazendo viver mais um dia. Esperançamento no espetáculo que o amanhecer deste dia proporcionou-nos aqui no Araguaia. As águas do Araguaia sendo banhadas pelos raios dourados do sol brilhante. A penumbra da noite sendo substituída pelo esplendor da luz, oportunizando-nos buscar uma versão melhor de nós mesmos com ânimo e disposição renovadas.
Sinal de vida. Sinal de Deus em nós. Sinal de Jesus sendo vida em nossas vidas. Sinal da transparência de Deus se fazendo presente em nós. Sinal que alguns de nós buscamos, apesar de toda a manifestação de Deus em nossa história. Como fez a multidão diante de Jesus no relato do texto bíblico que a liturgia de hoje nos propõe refletir: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. (Lc 11, 29) O sinal maior (Jesus) estava com aquela gente, mas mesmo assim, as pessoas não viam e queriam que o Mestre os apresentassem algum sinal, de que Ele, era Ele mesmo. Jesus é o sinal visível e transparente de que Deus é e está conosco. Diante desta constatação não há necessidade de um sinal maravilhoso para que haja a conversão das pessoas, mas antes, uma adesão firme e coerente ao projeto da nova história, manifestado na Palavra e nos ensinamentos de Jesus.
O Ressuscitado está conosco e é um de nós. Isto nos basta como sinal. Sem a necessidade de sinais extraordinários, a nossa adesão a Ele se faz pela entrega total do coração. Coração este que se consome em chamas de amor pelas causas de Jesus na pessoa dos pobres, oprimidos e marginalizados. Assim sendo, o nosso coração precisa arder como na experiência dos discípulos de Jesus rumo à Emaús, “então um disse ao outro: Não estava o nosso coração ardendo quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32) Jesus que continua caminhando conosco, solidarizando-se com os nossos anseios e problemas, participando de nossas lutas. Sua palavra e ação estão também muito presentes no anúncio das Escrituras, na celebração da Eucaristia, onde o pão repartido nos relembra o dom da sua vida e refontiza a partilha e a fraternidade, como a essência de seu Projeto. Com bem disse Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.” Vida que se faz vida n’Ele.
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