Sexta feira do Tempo do Natal antes da Epifania. Janeiro vem sextando em clima de festa natalina. A alegria ainda está no ar, com as famílias se encontrando em forma de confraternização. Encontros e reencontros, renovando os laços de amizade e irmandade. Momento de desarmar os ânimos mais exaltados e abrir o coração, para que a amorosidade ganhe espaço e se transforme em frutos de generosidade. Como expressou corretamente Dalai Lama: “Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade”.

Depois da tempestade que caiu, esta noite passada, aqui por Hortolândia, onde estou no momento, rezei contemplando o frescor da manhã, já com saudades do meu quintal. Antes de partir para o Curso de Verão, em São Paulo, celebraremos amanhã em Brotas, com as famílias amigas que conheci por aqui, no trabalho pastoral, quando ainda curava Filosofia na PUCCamp. Amizade que sobreviveu as intempéries da caminhada. Eita tempo bom!

A liturgia segue com o Profeta João Batista nos apresentando Jesus. Hoje é dia de pensar no Jesus Histórico, como o Servo e o Cordeiro. No idioma dos judeus, a mesma palavra pode significar servo e cordeiro. Jesus é representado tanto como um cordeiro como um servo. Biblicamente, ambos os títulos são usados para se referir a Jesus como o salvador da humanidade. Em Aramaico, a palavra “talya” significa tanto “servo” como “cordeiro”.

Jesus é o Cordeiro de Deus. É chamado de “Cordeiro de Deus” porque foi sacrificado na cruz para pagar o preço dos pecados da humanidade. No Antigo Testamento, quando alguém se arrependia de seus pecados, oferecia um cordeiro sem defeito a Deus. O cordeiro era um símbolo da salvação que Jesus iria trazer: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29)

Jesus é o Cordeiro e o Servo de Deus. O Evangelho de Marcos, por exemplo, nos apresenta Jesus como o “Servo Sofredor”, aquele que veio para servir a toda a humanidade. Este Servo foi oprimido e humilhado, preso e torturado, mas não disse uma só palavra. Foi condenado a pena de morte injustamente, sendo sepultado como um subversivo malfeitor criminoso. Jesus é referenciado como o Servo de Javé, o “Servo Sofredor”, anunciado pelo Profeta Isaías: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não disse uma só palavra. “Foi levado como Cordeiro para o matadouro; como ovelha muda diante dos tosquiadores, não abriu a boca”. (Is 53,7)

“Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”(Jo1,34) João é a testemunha fiel que nos apresenta o Cordeiro de Deus. Dentro do contexto bíblico, Jesus é o Servo de Deus, anunciado pelos profetas, Aquele que devia sacrificar-se pelos seus irmãos. Também é o verdadeiro Cordeiro, que substitui o cordeiro pascal. João Batista, chamando Jesus de Cordeiro, mostra que Ele é o Messias que vem tirar a humanidade do sofrimento da escravidão em que se encontra e conduzi-la a uma vida na liberdade plena e feliz.