Refletir sobre o Serviço do Reino faz-se necessário estar com o coração ardente, com o sorriso nos olhos e com a cabeça aberta ao Espírito Santo. Nesse caso, todos nós sabemos que para *encerrar* o ano litúrgico, celebra-se a FESTA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO. Façamos um acordo de anunciar assim, em vez de resumir e talvez até se equivocar, dizendo ser a Festa do Cristo REI.
Jesus de Nazaré é NOSSO, porque foi Identificado conosco. Ser Humano, protótipo participante da mesma humanidade amada por Deus e de todos nós. Enviado que nos enviou, desde o nosso nascimento e o batismo, declarando-nos como filho amado. Assim ele é NOSSO e nós somos do Pai, através dele.
Jesus é SENHOR, porque ele é MESTRE e nós somos seus DISCÍPULOS para escutá-lo e seguir seu caminho aberto. Ele disse para cada um de nós: “VEM E SEGUE-ME”. E nós respondemos como Ele: “AQUI ESTOU PARA FAZER A TUA VONTADE” QUE É TODA DE BEM PARA TODOS”.
E CRISTO? Aí, Simão Pedro entra no enredo, decisivamente. Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”, como que se explicando: Você, aquele homem que fazia o bem, tão próximo e parecido com os pobres, carinhoso na vizinhança, filho amado de Maria, cheio de amigos, foi declarado o Ungido de Deus, aquele que o Israel fiel esperava para salvar a todos.
MAS… POR QUE REI DO UNIVERSO? Como deve se entender a Festa, que resumidamente se diz de CRISTO REI?
Essa declaração tem três lados.
De um lado, os discípulos de Jesus esperavam um rei que os livrasse da opressão política de Roma, tão aliada à exploração do Templo. De outro, havia os opositores, aqueles que não aceitavam o comportamento de Jesus, tão livre e tão descrente da prática da fé judaica, vivida pelos sacerdotes e comparsas do império romano.
O terceiro lado, é o lado dos gozadores e irônicos que inscreveram no alto da Cruz, “Rei dos Judeus”.
Depois da Ressurreição, o movimento originário de Jesus começou a entender como rei diferente e a ler os fatos de forma surpreendente. Rei, mas servidor do povo, dos discípulos, homens e mulheres e dos Apóstolos, que durante toda sua vida viveu fazendo o bem. Ou seja: um Rei que, de outro modo, não era do jeito até então experimentado no mundo. JESUS foi um rei que decepcionou os que queriam poder e esperavam o triunfo sobre o império de forma estrondosa. Alguém enviado para dominar politicamente a terra.
Então, porque ainda o chamamos de REI? Para nós, ser rei é ser serviçal do Reino, quando se apresentava: “O REINO ESTÁ NO MEIO DE VÓS”. Para tal, Jesus juntou os seus, chamando-os um a um, convidando “Vem e Segue-me”.
Nós também fomos convidados pela boca dos seguidores de Jesus, de geração em geração, até os nossos dias. E vamos convidando outros a crer e confiar no que Jesus falou e fez.
Então, como viver, crer e declarar Jesus REI DO UNIVERSO, observando o modo *como* ele viveu, morreu e ressuscitou? Nós também não devemos ser do mesmo jeito, rei, como ele foi? Foi jovem e vizinho, amigo nas redondezas da Vila de Nazaré, foi homem adulto determinado para sair de casa e andar além de sua vila, começar a se compadecer pelos que estavam como ovelhas sem pastor.
Jesus, mesmo em ambientes religiosos que não concordava, via que não era assim a vontade do Pai para a humanidade ser redimida. Aquela religião opressora, desde o templo, não ficaria “pedra sobre pedra”
Seu modo de ensinar era simples e saído de sua experiência de vida. Ensinava em comparações para abrir os corações, através de parábolas e gestos.
Vejamos algumas parábolas do Reino, segundo Mateus, que será o Evangelista do novo ano litúrgico: As parábolas do Tesouro Escondido e da Pérola Preciosa são para nos incentivar a estar sempre abertos à SURPRESA DO ENCONTRO com DEUS. A do Fermento, na boca de Jesus, é para nos convidar a viver no meio da sociedade com a FORÇA TRANSFORMADORA DO FERMENTO. O relato do SEMEADOR, para nos ensinar a SEMEAR O EVANGELHO AO MODO DE JESUS. A Parábola do JOIO e do TRIGO é para aprendermos a viver sem condenar.
ELE, UM REI SERVIDOR E NÓS, TAMBÉM, SEREMOS EM NOSSA COMUNIDADE, TORNANDO-A SINAL VIVO DO REINO DE JESUS ENTRE NÓS.
Comentários