Quarta feira da Terceira Semana do Tempo Comum. Três dias apenas nos separam do mês que vem logo à frente. Estes últimos tempos estão passando muito rápido. Devemos atentar-nos para que possamos viver cada dia dando o melhor que podemos ser. Entregar o máximo de que somos capazes, dentro das nossas potencialidades. Ser o melhor de você mesmo a cada dia, como um desafio maior, acreditando sempre e fazendo acontecer o esperançar de seus sonhos, como dádivas do Criador. Acreditando sempre em cada coisa que se faz, tendo em vista o pensamento do indiano Mahatma Gandhi: “Faça o melhor que puder. Seja o melhor que puder. O resultado virá na mesma proporção de seu esforço”.
Semear é preciso! Semear o esperançar de que podemos construir juntos outro mundo possível. Este que aí está, venceu o seu prazo de validade. Chega de tanto ódio, mentiras e desinformações. O mundo criado por Deus está bem distante deste que ora estamos vivendo. Nele, somos todos iguais e fazemos parte da grande família de Deus. Não faz sentido algum mantermos esta desigualdade cruel, em que alguns poucos têm tudo, e a imensa maioria, não possui o necessário para manter a sua dignidade para a qual foram criados. Os que constroem a riqueza deste imenso país, não participam desta riqueza, já que são alijados do processo, vivendo à margem da sociedade. Bem disse o líder sul africano Nelson Mandela (1918-2013): “Superar a pobreza não é um gesto de caridade, mas de justiça. Significa proteger um direito humano fundamental, o direito à vida digna”.
“Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão”. (Is 40,31) O profeta Isaías, que exerceu a sua ação entre os anos 740 e 701 a. C., aproximadamente, já acreditava que o mesmo Deus amoroso e fiel que criou o mundo, é quem dá forças ao cansado e firmeza aos fracos: Ele é que sustenta todos aqueles que nele confiam. Tal situação não é diferente conosco, se nos abrirmos aos planos do Criador e, com Ele, fazermos acontecer no hoje da história, o sonho projetado por Deus para todos nós. Sair do comodismo e da nossa zona de conforto é o primeiro passo de quem se importa com o outro que com ele caminha lado a lado, na perspectiva do Reino de Deus, anunciado por Jesus.
Este mesmo Jesus que, no longo texto do Evangelho de Marcos de hoje, está ensinando a grande multidão que o seguia, em forma de parábolas. Pelos textos dos evangelhos, podemos ver que Jesus tinha facilidade e uma enorme capacidade de comparar as coisas de Deus com as coisas mais simples da vida do povo, numa linguagem que todos podiam entender. A pedagogia de Jesus consistia em traduzir teologicamente em letras miúdas, os ensinamentos mais profundos de Deus. Isto porque Ele estava muito próximo à vida sofrida daquele povo e, ao mesmo tempo, em sintonia profunda com o projeto de Deus. Como Verbo encarnado, Ele estava inserido na realidade sofrida dos pobres e marginalizados, mantendo firme a sua relação de intimidade na unicidade com Deus: “Eu e o Pai somos um”. (Jo 10,30) Ensinamentos não de forma teórica, mas como fatos concretos, já que suas ações comprovam que é Deus mesmo quem n’Ele age.
Na cultura judaica, as parábolas têm um papel importante na transmissão de ensinamentos, sobretudo, éticos e espirituais. No tempo de Jesus, era muito comum os rabinos utilizarem parábolas para simplificar conceitos mais complexos e transmiti-los oralmente, fazendo com que se enraizassem na sociedade e na tradição judaica. Ao fazer uso desta pedagogia, em forma de parábolas, Jesus quis simplificar o entendimento que as pessoas menos favorecidas teriam acerca da lógica do Reino de Deus. Por este motivo que a “parábola do semeador” entra neste contexto, para que cada um dos seus ouvintes se colocasse como semeadores desta mesma esperança do Reino. Semear, é a missão de todos nós, se quisermos nos colocar na mesma estrada com Ele.
Semear é preciso! Nossa missão é semear! Apesar de todas as dificuldades, obstáculos e desafios, devemos realizar o nosso trabalho, confiando sempre na possibilidade da colheita que vamos ter. Jesus também: apesar de todas as reações contrárias e adversárias, obstáculos e incompreensões, sua missão será bem sucedida, graças a sua fidelidade ao projeto de Deus. Como vemos, as parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso estar com Ele, isto é, seguir os passos de Jesus, para perceber que o Reino de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus ficam por fora, e nada conseguem compreender. É importante salientar que cada um de nós vê e entende este conhecimento a partir do lugar que ocupa na sociedade e das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para dar continuidade a sua ação. Como diz-nos nosso grande teólogo Leonardo Boff: “A cabeça pensa a partir de onde os pés estão pisando”. De qual lugar você está pensando mesmo?
Segunda feira da Semana Santa. Nossos passos estão sendo dados dentro daquela que também é…
Hoje resolvi visitar a Débora. Fui saber se está firme, distante da cachaça. Passei no…
Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. 40 dias de caminhada até aqui. Com esta…
Ontem escrevi minha crônica enquanto conversava sobre futebol com minha neta Helena. Depois fiz uma…
Sábado da Quinta Semana da Quaresma. Estamos a um passo de iniciar mais uma Semana…
Sexta feira da Quinta Semana da Quaresma. Abril vem sextando mais uma vez, para os…