Quinta feira da Sétima Semana do Tempo Comum. Fevereiro se despedindo em clima de verão e de chegada da Lua Nova. A estação do verão, intercalando os dias de muito calor e também de chuvas torrenciais. Se o calor predomina ao longo dia, ao final dele, vemos o resultado com o céu desabando sobre as nossas cabeças. Nesta manhã, o astro rei começou o dia brincando de esconde/esconde. Prolongou o seu sono por mais tempo, dando-nos a sensação de que o dia seria de menos calor. Ledo engano. Quem gostou mesmo foram os papagaios e periquitos, que começaram os seus dias deliciando-se dos frutos do buritizeiro, ao fundo do meu quintal. Uma verdadeira algazarra de bicos afiados, degustando o saboroso fruto. Quem determina o tempo da colheita é a própria natureza.
27 de fevereiro. Um dia especial para quem lida diretamente com a educação básica de nossos alunos. Hoje é a data que comemoramos o Dia Nacional do Livro Didático. Lembrando que desde o ano de 1985, que no Brasil mantemos o Programa Nacional do Livro Didático. Um dos melhores livros do mundo da educação. O livro didático reúne as informações que o aluno necessita para ajudar a desenvolver o seu conhecimento, em todas as etapas da educação – desde o ensino fundamental até os superiores. Além disso, os livros didáticos também são muito importantes e fundamentais para orientar os educadores/as (professores/as), no processo de ensino e aprendizagem. “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”. (Aristóteles)
Raízes amargas que, infelizmente, temos ainda que conviver, com os dados acerca da nossa educação brasileira. De acordo com o último Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o ensino médio é a etapa com maior taxa de repetência e evasão, com 3,9% e 5,9%, respectivamente. Na modalidade educacional do ensino médio, a educação escolar urbana registrou uma taxa de evasão de 5,9%. Esse percentual aumenta para 6,2% na educação especial, educação rural (5,9%), indígena (5,2% ) e quilombola (4,6%). Triste saber que grande parte dos nossos alunos ainda está fora da escola. Sem inclusão não há educação de qualidade e nem crescimento no modo de pensar. Como já dizia Paulo Freire: “A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”.
Uma quinta feira em que ainda seguimos em oração pelo nosso pontífice. Segundo o boletim médico divulgado pelo Vaticano, nesta quinta-feira (27), o Papa Francisco “dormiu bem à noite e agora descansa“. Francisco segue hospitalizado na Policlínica Gemelli, em Roma, na Itália, desde 14 de fevereiro. Ainda segundo o boletim médico “a oxigenoterapia de alto fluxo continua, de acordo com o comunicado de imprensa noturno da equipe médica, assim como a fisioterapia respiratória. Prognóstico cauteloso”, destacou o Vaticano. O bom de tudo é saber que o boletim já não tratou a condição do Papa como “crítica”, como vinha acontecendo nos informes desde a última semana. Força Francisco! Estamos juntos orando por você. “Eu sei, Senhor, que as dificuldades são inevitáveis. Quero ter forças para não fugir delas e coragem pra enfrentá-las” (Chico Xavier)
Uma quinta feira em que somos desafiados a meditar, refletir e organizar a nossa vida a partir dos textos bíblicos, que a liturgia nos oportuniza no dia de hoje. O último versículo da primeira leitura é substancial e serve como paradigma para vivenciarmos com força a palavra do Evangelho: “Não te apoies em riquezas injustas, pois elas de nada te valerão no dia da desgraça”. (Eclo 5,10) O que este conhecimento sapiencial quer nos transmitir é que a riqueza, de um modo geral, produz a ilusão da autossuficiência, e esta conduz, inevitavelmente, para a presunção. Dessa forma, quem se acha rico, se julga merecedor de tudo, até mesmo de colocar Deus a serviço de seus próprios interesses e mesquinharias. Sabedoria que vem de longe já que o livro do Eclesiástico foi escrito originalmente em hebraico, por volta de 180 a.C., na Palestina, época de grande influência da cultura grega e é considerado uma escrita “deuterocanônica”, não fazendo parte assim da Bíblia Hebraica.
Já no Evangelho de Marcos que a liturgia nos traz, remonta ao contexto de Jesus continuando a sua caminhada rumo à Jerusalém, chegando à Cafarnaum, região da Galileia, distante cerca de 189 km de Jerusalém. Oportunidade que Jesus aproveita para repassar aos discípulos, alguns conhecimentos básicos e necessários para a realização de sua missão. Ensinamentos fundamentados em gestos simples, mas que realizados em seu nome, ganhando contornos de eternidade. Ensinamentos que não estão interligados entre si, mas que num contexto maior, leva à realização plena daqueles que se dispuserem a praticá-los sem restrições: “Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno”. (Mc 9,47). Parece contraditório, mas é perder para ganhar. Abrir mão de algo menos insignificante para abraçar algo mais substancial.
Abraçar a missão de Jesus é fazer a adesão consciente, firme e radical ao seu projeto do Reino. Como a missão dos seguidores e seguidoras de Jesus é dar continuidade às mesmas ações d’Ele, somos desafiados a trabalhar pelo Reino no aqui e agora de nossa história, tendo em mente que o Reino vai acontecendo nos pequenos gestos que vamos construindo entre nós. Lembrando sempre que os pequeninos são os pobres e fracos, que esperam confiantes por uma sociedade fraterna, justa e igualitária. Certamente eles ficariam escandalizados se os seguidores de Jesus andassem à busca de poder, prestigio, riquezas e formassem uma classe privilegiada. Isso seria trair radicalmente a missão de Jesus. Este terrível mal deve ser cortado pela raiz: “se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. (Mc 9,42
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