PÁTRIA! MÁTRIA! FRÁTRIA!

 O mês de setembro é o mês que anuncia, para os países abaixo da linha do equador, a Primavera.

Primavera tal qual o nome diz, é a primeira verdade que se anuncia, mas também anúncio do verão – primo vere – do Latim. Tempo que nos convida a ouvir de Antônio Vivaldi Le quatro stagioni ou de Astor Piazzola  as Cuatro estaciones porteñas! Vivaldi e Piazzola em hemisférios diferentes celebrando o tempo de floração depois do Outono e do Inverno!

Mas, setembro é o mês que se comemora a Independência do Brasil em relação a Portugal. Brasil e Portugal em hemisférios diferentes em rupturas de lógicas de dominação tal como foi se dando na América Latina Caribenha enquanto um todo nas diversas e diferentes regiões.

A Independência do Brasil se deu e vem se dando em processos de lutas liberacionistas no Continente enquanto um todo, para florir uma Pátria primaveril e livre que está sendo construída historicamente.

No entanto, esta grande Pátria, Gigante pela própria Natureza, vive ainda a degradação da Pachamama – Mátria geradora de todas e tantas diversidades, nossa Amazônia – e, dos filhos deste solo és mãe gentil – Frátria que vai se perdendo, morrendo pelas armas produzidas pelo poder necrófilo que se nos impõe!

Mas na teimosia utópica, para além das hierarquias, armas e fuzis, um horizonte junto com Nuestra Américafulguras, ó Brasil, florão da América, iluminado ao sol do Novo Mundo sem se impor em lógicas de dominação, mas de comunhão e de compaixão fraternais e sororais.

 Edivaldo José Bortoleto – 7 de setembro, Inverno de 2021.

Professor universitário e Diretor de Comunicações da UNESER

 

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– Paz no futuro e glória no passado.
Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!