Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum. Mais um domingo neste mês de julho, que já entramos na última dezena dele. Estamos atravessando o 203° dia, restando163 outros mais, para adentrarmos 2025, que está bem ali à frente. Momento de esperançar, sonhando todos os sonhos possíveis, na perspectiva do bem viver. Sonhar mais um sonho impossível, esperançando pelo Reino.

Tirei o domingo para apreciar a bela natureza, a beira do Araguaia. Subi o rio de voadeira (barco), trazendo comigo uma família mineira que veio me visitar. Estes conterrâneos nunca haviam pisado nestas terras. Nem preciso dizer que estão impactados com a exuberância de nossa Mãe Natureza. Agora entendem porque sou feliz no Araguaia, e nunca quis abandonar este lugar sagrado de Pedro.

Deus, na sua infinita misericórdia, nos ama com extrema ternura. Não somente nos ama, mas também quer que sejamos plenos no nosso bem viver. Fomos criados por Ele para que sejamos plenos e alcancemos a magnitude das nossas realizações. O próprio Jesus, representante máximo do poder divino, afirmou com todas as letras: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida plenamente”. (Jo 10,10)

A liturgia deste domingo nos apresenta um pequeno texto de Marcos, mostrando Jesus acolhedor e solícito a seu discipulado. Eles vêm a Ele, trazendo as informações da caminhada: “Naquele tempo, os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado”. (Mc 6,30) Movido por imenso carinho, Jesus abre o seu coração às “ovelhas sem pastor”: “Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. (Mt 9,36). Como Mateus, Marcos faz questão de dizer que Deus olha com amor de pai e de mãe para aqueles homens e mulheres que vivem desorientados e sem motivação para viver. No coração amoroso de Deus, todos ocupamos um lugar especial.

É importante salientar que Marcos, ao apresentar o regresso dos Doze da missão, não os chama de discípulos, mas “apóstolos” (enviados): É a única vez que esta palavra aparece em todo seu Evangelho. O texto também não faz menção do lugar onde esta cena teria ocorrido. Os “apóstolos”, depois de “pregarem a conversão”, a “expulsar demónios”, a “curar doentes” (Mc 6,12-13), regressam à Jesus e contam ao Mestre o que tinham feito e ensinado. Sabendo que eles foram enviados a proclamar a Boa notícia.

Como seguidores de Jesus, devemos entender que a missão é d’Ele. Nós, “apóstolos” somos apenas as testemunhas d’Ele. Ele é o ponto de partida e de chegada para todos os seus seguidores e seguidoras. Ele convida os seus “apóstolos” a irem com Ele para um lugar isolado e a descansarem um pouco. Este “estar com Ele”, serve para aprofundar e fortalecer a comunhão entre os discípulos e Jesus. Os “apóstolos”, depois de experiências intensas do trabalho, necessitam reencontrar Jesus, estar a sós com Ele, para revitalizar a comunhão com Ele. Precisam contar a Jesus o que fizeram, e expor-lhe as suas dúvidas e angústias. Escutar os conselhos e indicações que Ele tem para dar. Fazer projetos com Ele. Redescobrir o princípio e o fundamento da missão. A hora é agora. A missão é seguir as pagadas do Mestre. Cada um de nós sabe a missão que Deus lhe confiou. Sigamos em frente! “Se Ele é por nós, quem será contra nós”. Rm 8,31) Com o amor de Deus, manifestado em seu Filho, nada mais temos a temer: nem dificuldades, nem perseguições, nem martírio, nem qualquer forma de dominação. Nada poderá desfazer o que Deus já realizou. Nada poderá impedir o testemunho dos cristãos. E nada poderá opor-se à plena realização do projeto de Deus.