Sextou mais uma vez!
Terceira semana do Advento. Entramos assim na semana do Natal. Jesus está vindo ao nosso encontro mais uma vez! O Verbo se encarnando em nossa realidade humana. Já podemos sentir em nós o seu sinal, como bem disse Alceu Valença, em sua canção Anunciação.
Os nossos grupos da noventa do Natal já caminham rumo à Festa do Deus-Menino; Duas semanas mais e nos despedimos de 2021. Não da forma que gostaríamos, mas a esperança se renova com a chegada d’Ele entre nós.
O dia 17 de dezembro é um dia especial. Neste dia, nosso líder máximo o Papa Francisco (1936), comemora os seus bem vividos 85 anos. Parabéns xará, Francisco! Você é o cara! Bodas de girassol. Nada mal para quem está fazendo de seu pontificado, uma giratória em direção às grandes e necessárias transformações de que a nossa Igreja tanto carece. Como o próprio girassol, Francisco tem direcionado a sua preocupação maior para a realidade dos empobrecidos e marginalizados, sobretudo da América Latina e Caribe, berço de sua origem. O Papa da discórdia, para alguns de dentro da nossa Igreja que veem nele o “anticristo”. Talvez por estar colocando o dedo em algumas de nossas feridas eclesiais. É o nosso 266º Papa, cumprindo a sua árdua missão inovadora.
Como Igreja, somos desafiados a voltar às origens e beber da fonte inspiradora das primeiras comunidades cristãs, onde nasceu a nossa caminhada de fé como Igreja de Jesus de Nazaré. Beber desta fonte cristalina é nutrir-nos do carisma fundante para o qual Jesus deu a sua vida. Neste sentido, estamos há quilômetros de distância do anúncio profético e libertador da Boa Nova trazida pelo Mestre Galileu. Basta ver que algumas das nossas atuais comunidades, estão mais voltadas sobre si mesmas, preocupadas que estão em manter uma rotina sacramental, desfocada dos desafios que os conflitos da ordem do dia nos colocam.
Origem é hoje a palavra de ordem do dia. É exatamente desta forma que o texto do evangelho da liturgia de hoje nos coloca diante da ascendência “humana de Jesus”. É verdade que este texto nos deixa acabrunhados, com tamanha lista de nomes esquisitos. Basta ver a reação das pessoas que o escutam em nossas celebrações. Mas isto não chega a ser nenhum problema. O que mais importa mesmo é saber que genealogicamente, Jesus adveio de dois grandes esteios do Antigo Testamento: Davi e Abraão. No primeiro deles, está fundamentada a concepção messiânica de Jesus, presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Basta saber que o Messias é descendente de Davi. Esta é a ideia do Rei Messias que irá libertar o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (Is 11,1-9). Desta forma o Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização plena da promessa do Messias.
Já o segundo nome dispensa comentários. Abraão é aquele que, mesmo em idade avançada (75 anos), Deus tem para ele um grande propósito: “Eu farei de você uma grande nação, e o abençoarei; tornarei famoso o seu nome, de modo que se torne uma bênção” (Gn 12,2) Ou seja, a história de vida deste homem, está diretamente ligada à história de toda a humanidade. É através dele que vai surgir um grande povo que terá a missão de trazer a bênção de Deus para todas as nações da terra. Um povo que trará em si o projeto de Deus. Projeto este que culminará na vinda do Messias, inaugurando na história humana a presença viva do Deus conosco.
“Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. (Mt 1,1) O Nazareno é aquele que vai dar continuidade ao projeto de Deus, fazendo com que chegue à sua plenitude. Em Jesus se condensa toda a história de Israel. Ele é o ponto de chegada e também de partida para uma nova realidade que, como Rei-Messias, instaurará o Reino prometido desde há muito. “O Reino de Deus está no meio de vós!” (Lc 17,20-25) Jesus, como filho de Abraão, estenderá o Reino de Deus a todas as pessoas. Esta é também a missão da Igreja, de fazer-se presença do Deus libertador, que encarnou na realidade humana, na pessoa de seu Filho Jesus. Uma Igreja que tem por missão, caminhar com Jesus e fazer o Reino acontecer, através de gestos concretos de libertação dos pobres de Javé no hoje de nossa história. Vem Senhor Jesus! Não tardes mais!
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