Escutei em estudos de Recursos Humanos , que feliz é aquele que trabalha naquilo que gosta, tem as pessoas que serve por perto e sabe diretamente quem recebe os benefícios de seu dom. Tudo bem que seja assim, mas analisemos qual o propósito do chamado de Deus para servir ao Reino, anunciado por Jesus, através dos carismas em uma Igreja ministerial.
Pergunta-se: O que estaria por trás desse amor ao trabalho, como resposta vocacional, quando não estamos vendo as pessoas que servimos? Como tornar tudo CARIDADE e uma experiência discipular?
Nos evangelhos, encontramos a Dona Maria, bem diferente de Marta, que não ficou aos pés de Jesus como discípula.
Recordemos.
“Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa, Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lc 10:42).
A tradição bíblica que traduziu como a “melhor parte”, na boca de Jesus e atribuída a Maria, não é bem fiel.
Por isso que tem gente bem humorada, que brinca assim: “Tradução, Tradição e Traição, às vezes, se misturam.”
Ocupar-se não é uma escolha, mas pulsão que vem de dentro e é movida pelo Espírito. Estar empregado ou realizar tarefas é dever que o amor de dedicação exige. Por que, trabalho? Em que opero com minhas forças e inteligências?
Jesus dizia que “a messe é grande e poucos são os operários”. Messe é o mundo onde amassamos o “pão” e produzimos o vinho, celebramos a vida, azeitamos as engrenagens para ganhar dinheiro, manter a própria vida, a dos seus e de muito mais gente, que nem encontramos ou conhecemos.
Nesse sentido, tudo se torna gesto de amor, verdadeira caridade, amizade e fraternidade, em vista do que se pretende construir: o Reino de Deus e sua Justiça.
A organização social do trabalho estabelece deveres e direitos, mas não transcende,
automaticamente, para ser gesto da caridade, porque trabalhamos favorecendo a concentração de renda que gera fome.
Precisamos do lampejo da fé e do raio do Espírito de Deus para acender a razão do fazer e aceder a quem destinamos o bem com nossas ações. Aí, se faz a conversão do fazer inócuo ao fazer fecundante do Reino, através da vida de batizados, sejam presbíteros, radicais seguidores de Jesus da vida religiosa ou outras formas de viver o caminho de Jesus, no mundo do trabalho e na comunidade eclesial.
A fé como confiança torna qualquer serviço em prestação do BEM e resposta ao AMOR PRIMEIRO.
Como compreender o trabalho insuportável e de pouca recompensa financeira?
Eis a questão que põe o dever do trabalho como castigo. Como salvá-lo?
O caminho que se abre para essa resposta situa-se no trabalho que visa à luta pela dignidade do trabalho. Assim, identificamos o ativismo das organizações da sociedade civil para favorecer a justiça, bem antes da caridade.
Viver, desenvolver competências, simples ou complexas, profissionalizando-se em técnicas ou não, mas sempre tecendo no mundo, a fraternidade e a amizade que se concretiza, através do trabalho. Um SERVIÇO de humanização.
Tudo o que for feito, seja sempre em vista da utopia do Reino, como obra continuadora da Redenção.
Jesus nos envia a graça para realizarmos o que pede. Que sejamos despertados para que nossos trabalhos sejam em vista do Reino de Deus e sua Justiça.
Conscientes ou não, tudo que fizermos será a nossa contribuição para a humanização da vida em sociedade, acreditando como semeadura que não para de acontecer. Pois, nessa fecunda tarefa, pela ação do Espírito Santo, o Pai faz crescer.
Nosso trabalho e toda a vida em Jesus torna-se em Redenção por nossas mãos.
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