Outros Escritos

O SINO – Por: Pedro Luiz Dias

O SINO

UNESER/COMUNICAÇÃO

Por: Pedro Luiz Dias

Toda Casa de formação ou convívio de confrades Redentoristas tem suas particularidades. Uma, porém, é comum a todas: o sino.

Era (e é) assim no Santa Terezinha. Era (e é) assim no Santo Afonso. Seminários onde vivi por bons anos.

Ser o Sinaleiro oficial era uma distinção de responsabilidade e muita disciplina. Não era apenas uma função técnica; era uma missão. O toque do sino não chamava apenas para as atividades — ele evocava o kairós, o tempo sagrado dentro do tempo cronológico. Ritmava o dia à luz do Eterno.

O sino, do Santo Afonso, segue emblemático até hoje — ali agora transformado em um Centro de Hospitalidade. E como soa bem essa palavra: hospitalidade! Ecoa com o mesmo espírito que ressoava no sino — acolher, reunir, convocar.

Na tradição cristã, o som do sino é mais que um sinal: é um símbolo. Ele ressoa como voz da comunidade. É a memória viva do clamor de Deus, chamando o homem ao encontro, à escuta, à obediência no sentido mais pleno da palavra — ob-audire, escutar com o coração.

Os toques do sino ritmavam o dia-a-dia da Casa: marcavam o despertar, as orações, as aulas, as lições, as refeições — a vida toda se tornava liturgia. Tudo era feito sob o som que nos lembrava que “em tudo, Deus habita”.

A vida comunitária redentorista — centrada na oração, no estudo e na convivência fraterna — encontrava no sino sua espinha dorsal. Era ele que lembrava que o tempo é dom, e que cada instante pode ser uma oportunidade de graça.

Hoje, quando o sino ainda toca em alguns lugares, ou mesmo em nossa memória, ele nos fala de um tempo em que o céu e a terra se tocavam a cada badalada. O sino não apenas chamava: ele unia.

 

 

 

José Ribeiro (Paraíba)

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