Segunda feira da Décima Sexta Semana do Tempo Comum. A semana inicia ainda no clima festivo e alegre do 15º Intereclesial das CEBs do Brasil, realizado de 18 a 22 deste mês, no Regional Oeste 2 (MT), na Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, na cidade de Rondonópolis. A celebração final do encontro (Celebração do Envio) aconteceu neste sábado (22). Um momento muito especial para a nossa caminhada de uma Igreja profética, comprometida com os pobres. Para quem achava que as CEBs não existem mais, os mais de 1.500 participantes deste Intereclesial provou justamente o contrário. As CEBs estão mais vivas do que nunca. Lá vem o trem das CEBs…
Um momento histórico importante que precisa ser lembrado por todos aqueles e aquelas que se comprometem com a caminhada da Igreja latino-americana. Nesta semana estaremos comemorando os 68 anos de criação do CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano. Um organismo de comunhão da Igreja latino-americana e caribenha, que oferece serviços de contato, comunhão, formação, pesquisa e reflexão às 22 conferências episcopais que se situam na América Latina e no Caribe. O CELAM foi criado em 1955 pelo Papa Pio XII. Foi exatamente naquele ano, de 25 de julho a 4 de agosto que foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Primeira Conferência do Episcopado latino-americano e caribenho. No final desta conferência, os bispos solicitaram ao papa a criação de um organismo que congregasse os episcopados da América Latina e do Caribe. Esse pedido foi aprovado no dia 2 de novembro de 1955, com a criação oficial do CELAM.
Lembrando que três anos antes, no dia 14 de outubro de 1952, dez anos antes do início do Concílio Vaticano II (1962-1965), estava sendo criada, também no Rio de Janeiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela que é Considerada a terceira maior conferência episcopal do mundo, reconhecida pela Santa Sé. A criação desta conferência teve a participação decisiva de Dom Helder Pessoa Câmara, que foi o primeiro secretário-geral, tendo o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, então arcebispo de São Paulo, eleito o primeiro presidente da entidade, função que exerceu por dois mandatos.
Ainda sobre as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, elas são um novo modo, um novo jeito de ser Igreja para construir uma sociedade nova. Um novo jeito de toda a Igreja ser. A característica fundamental deste novo modo de ser Igreja é a ligação entre a fé e a vida. As CEBs têm como centro a Palavra de Deus, o Projeto do Pai, o Evangelho libertador de Jesus de Nazaré e a força do Espírito Santo. Para viver neste novo jeito de ser Igreja, a fé precisa ser conhecida, aprofundada, amadurecida, para poder se decidir por essa nova maneira de ser Igreja. Nelas se faz a experiência de caminhar com o Mestre Jesus, seguindo suas pegadas.
Comunidades que fazem o mesmo caminho que fizeram as primeiras comunidades no nascedouro do cristianismo. Comunidades que experimentam na pele a mesma perseguição que sofreu Jesus de Nazaré. Comunidades como a do Padre Kelder Brandão, que teve a Paróquia Madre Teresa de Calcutá, no bairro Itararé, em Vitória/ES, invadida pela Polícia Militar no domingo (16). Uma ação descabida e desproporcional, sem ordem judicial, o que faz reforçar ainda mais a truculência das forças de segurança, nos dando a entender que se fazem assim numa igreja, o que não fazem com a população pobre, preta da periferia. Todo nosso apoio ao padre Kelder e as pessoas daquela comunidade!
Também Jesus foi perseguido, torturado e morto pelas forças de segurança de um império. Tudo isso com a conivência dos religiosos que ajudaram a tramar a morte de um inocente. Religiosos que no dia de hoje a liturgia nos relata que estes queriam um sinal de que Jesus era, de fato, o Messias: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti.” (Mt 12, 38) Todavia, Jesus se recusa dar-lhes este sinal para provar quem era Ele e a a missão a que fora incumbido realizar, porque nenhum sinal (milagre) é capaz de despertar a fé naqueles que não querem se comprometer com Ele. O único sinal que Jesus dá é o da sua morte e ressurreição, consequência e selo da autenticidade de toda a sua missão. Quem necessita de um sinal para provar a sua fé, dá mostras de ter uma fé infantilizada, não amadurecida. Para estes, Jesus vai dizer: “Bem-aventurados os que não viram, e creram!“ (Jo 20,29)
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