Sábado da Vigésima Segunda Semana do Tempo Comum. Entramos no primeiro final de semana do mês da Bíblia. Ela que é a fonte principal de onde podemos beber da Palavra de Deus. Ela é o nosso manual de vida, fonte inesgotável da voz de Deus, que nos revela Suas promessas, exortações e palavras. Etimologicamente, a palavra “Bíblia” origina-se do grego “biblíon” (“livro”) e “Bíblia” (“livros”). Ela nos apresenta a aliança e o plano de salvação de Deus para a humanidade. Como podemos ver na Segunda Carta de Paulo a Timóteo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça”. (2Tm 3,16) Nela se encontra o alimento da fé e a força para o testemunho.
Rezei nesta manhã refletindo com este versículo elucidativo de Paulo acerca da Palavra de Deus. Palavra esta que não tem vida, se não tornar-se vida nas nossas ações do dia a dia. Fiz isto na companhia das aves que aqui vieram nesta manhã, fugindo do fogo que se espalha vorazmente a nossa volta. O clima é tenso e sem perspectivas de melhoras. Refletindo sobre todo este contexto, sentimo-nos impotentes diante de tamanha gravidade destrutiva de nossa mãe natureza. Somente Deus pode nos salvar, já que a maldade humana segue em rimo freneticamente descabido. Apelei para São Francisco de Assis, quando ele diz: “Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo”. Que Jesus nos aponte os caminhos possíveis para o enfrentamento desta realidade.
Com a fumaça a nos engolir por aqui, lá fora é 7 de setembro. Enquanto alguns comemoram a “independência” que nunca veio, a Igreja da Caminhada celebra o “Dia dos Excluídos e das Excluídas”. Trinta anos que já vimos fazendo esta caminhada. O Grito dos Excluídos nasceu durante a 2ª Semana Social Brasileira da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, entre os anos de 1993 e 1994. O primeiro Grito trouxe-nos o lema “Vida em Primeiro Lugar”. Para quem não se lembra, no ano passado (2023), o lema foi, “Você tem fome e sede de quê?” O “Grito dos Excluídos” sempre foi um espaço de denúncias das desigualdades sociais históricas no país, reunindo os movimentos sociais e pastorais de todo o Brasil. “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”. Este é o mote para este ano. Não se espante se os padres midiáticos não fizerem nenhuma referência a este dia em suas falas, voltadas para si mesmos. Eles não se sentem parte desta Igreja da Caminhada.
Neste sábado, nos deparamos com o texto de Lucas, nos apresentando mais uma polémica de Jesus com os fariseus, acerca do sábado e das práticas permitidas ou não nesse dia. Pra variar, Jesus surpreende e quebra a lógica da mentalidade excessivamente formal e jurídica, na interpretação da Lei, feita pelos fariseus. Eles que abriam mão do Decálogo, substituindo os 10 mandamentos por cerca de 613 preceitos, aos quais estavam apegados. A interpretação das tradições, sujeitando as pessoas à Lei ao invés de libertá-las, como preferia Jesus.
O texto de hoje do evangelista Lucas, a que, os fariseus estão apegados, está em consonância com aquilo que o Antigo Testamento descreveu sobre o sábado, como podemos ver no Livro do Êxodo: “Lembre-se do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalhe durante seis dias e faça todas as suas tarefas. O sétimo dia, porém, é o sábado de seu Deus. Não faça nenhum trabalho, nem você, nem seu filho, nem sua filha, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu animal, nem o imigrante que vive em suas cidades. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que existe neles; e no sétimo dia Ele descansou. Por isso, abençoou o dia de sábado e o santificou”. (Ex 20,8-11) Não se trata de simples leis; são princípios que orientam para uma nova compreensão e prática de vida.
Jesus é o Senhor do sábado: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”. (Lc 6,5) Sendo senhor do sábado, Jesus está acima das leis, mesmo religiosas, elaboradas pelos homens: preceitos, normas, dogmas. Ele relativiza essas leis, mostrando que elas não têm sentido quando impedem a pessoa humana de ter acesso aos bens necessários para a sua própria sobrevivência com dignidade de filho e filha de Deus. O Ser divino de Jesus está acima de toda e qualquer lei, também a lei do sábado. “O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor até mesmo do sábado”. (Mc 2,27-28) O centro da obra de Deus é a pessoa humana, e cultuar a Deus, é fazer o bem a esta pessoa. Assim, somos chamados a dar um sentido totalmente novo a todas as estruturas e leis que regem as nossas relações. Para Deus, só é bom aquilo que faz a pessoa crescer e ter mais vida. Toda lei que oprime a pessoa é lei contra a própria vontade de Deus, e deve ser abolida.
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