34º Domingo do Tempo Comum. Enfim, chegamos ao final de mais um ano litúrgico. O Ano B vai se despedindo de nós com a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. No próximo domingo, primeiro de dezembro, iniciaremos o novo ciclo litúrgico (C), com o Primeiro Domingo do Advento. Assim, vamos construindo nossa caminhada de fé, com o compromisso de levar adiante o projeto de Deus. Lembrando que o ano litúrgico começa sempre no advento e termina na Festa de Cristo Rei. No Tempo Comum se comemora o próprio mistério de Jesus em sua plenitude, principalmente nos domingos. Dentro desse período se comemoram os Santos.
Neste domingo, além de comemorarmos a Festa de Cristo Rei, celebramos também o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, quando então somos convocados a viver o Jubileu da Esperança! Como o nosso pontífice tem insistido nestes últimos tempos, estimulando “a Igreja a ser mais servidora, participativa e missionária, saindo de si rumo às periferias geográficas e existenciais, onde a vida clama por sua presença”. Não são os padres e bispos que “carregam a Igreja nas costas”, mas os leigos e leigas, sobretudo as mulheres, com sua presença firme no dia a dia das comunidades. Eu nem consigo imaginar o que seria da Igreja Católica sem a decisiva e valorosa presença feminina. Com certeza, ela não seria a mesma sem elas, ainda que, sem qualquer poder de decisão, diante do poder clerical do patriarcado masculino.
O domingo por aqui amanheceu sem a presença decisiva do irmão Sol. As densas nuvens escuras deram-lhe folga nesta manhã. Quem deu as caras mesmo, logo cedo, foi a irmã chuva. São Pedro não economizou na água. Deu até para lembrar-nos do irreverente cantor e compositor baiano Raul Seixas, “com a chuva voltando pra terra trazendo coisas do ar”. Aproveitei para rezar nesta manhã na capela da Catedral de São Félix. Sempre que ali estou, impossível não recordar de nosso eterno pastor, o bispo Pedro. Aquela capela tem a sua cara. Bem do jeito dele de ser, simples como quê. Tudo ali pulsa no espírito da radicalidade evangélica de Pedro, que marcou as nossas vidas com a sua vida. Pedro nos ensinou que a simplicidade é a arte de conhecer a beleza dos pequenos detalhes.
Um domingo de uma festa muito especial para a nossa caminhada de Igreja, povo de Deus em marcha. Pilatos indagando Jesus se Ele era, de fato, o Rei dos judeus. Naquele contexto histórico, Pilatos era o governador romano na Judéia e, entre as suas principais funções, estava a de julgar os criminosos. Um governante duro e violento, obstinado e severo, culpado de ordenar execuções de opositores sem um processo legal. Todavia, não convencido das acusações contra Jesus, encaminhou-o a Herodes, que era governador da Palestina, uma das quatro regiões administrativas (tetrarquias) do Império Romano na região. Ele sabia de antemão que os líderes religiosos tinham entregado Jesus por inveja, já que Ele exercia o seu ministério, pregando nas cidades da Galileia, Judeia e Pereia, curando os doentes que o procuravam e passando a mensagem da prática do bem e da tolerância.
Como é de praxe nas solenidades litúrgicas do Ano B, o Evangelho escolhido para o dia de hoje é o de (Jo 18,33b-37) Esta perícope traça o perfil do reinado do Messias: “O meu Reino não é deste mundo”. (Jo 18,36) Diferentemente da concepção da época, em que os reis eram pessoas imponentes e cheias de poder e prestígio, Jesus se coloca como aquele rei que está sempre pronto a servir e dar a vida para que todos tenham a vida em plenitude. Ou seja, a realeza de Jesus não é semelhante à dos poderosos deste mundo. Estes exploram e oprimem o povo, enganando-o com um sistema que esconde suas ações. É a luta pelo poder, riqueza e prestígio, de um mundo dominado pela mentira. Jesus, ao contrário, é o Rei que dá a vida, trazendo às pessoas o conhecimento do verdadeiro Deus. Seu reino é o reino da verdade, onde a exploração dá lugar à partilha, e a opressão dá lugar à vida fraterna de irmãos e irmãs.
Evidentemente que uma boa parte da nossa Igreja, enquanto instituição, ainda está bem distante desta proposta de reinado de Jesus. O carreirismo clerical, em busca de prestigio, dinheiro e poder, são a tônica desta Igreja, mais apegada às doutrinas e se colocando bem distante do Evangelho, assemelhando-se ao “reinado dos poderosos”. Talvez por este motivo, nas reflexões homiléticas das celebrações deste domingo, os padres e bispos não tocam neste assunto, porque as suas vivências práticas do dia a dia, não se coadunam com o jeito de Jesus se postar como Rei, que serve e luta pela vida dos desclassificados da sociedade, que se esconde por detrás do poder. A conclusão do texto joanino de hoje nos inspira a trilhar o caminho da verdade, seguindo nas pegadas de Jesus: “Eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. (Jo 18,37) Quem é de Deus, procura viver de acordo com a realidade de Deus, escuta a voz de Jesus e compromete-se em segui-lo, fazendo da sua vida um dom de amor a Deus e aos irmãos.
Sábado da 33ª Semana do Tempo Comum. Chegamos a mais um final de semana neste…
Sexta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Neste dia a Igreja celebra a Memória…
Hoje vendo postagens do watts zap me deparo com a Çao e uma lembrança literária:…
Quinta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Estamos nos finalmente do ano litúrgico. Passou…
Quarta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. A luta continua! Somos filhos e filhas…
Terça feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Já de volta em casa, depois da…