Quinta feira do Tempo do Natal depois da Epifania. Janeiro segue dando suas coordenadas, nos adequando a este tempo cronológico, em que vamos construindo a nossa história. Fazer a história acontecer é o desafio que devemos nos propor, enquanto pessoas que buscam edificar a sua vida cidadã. Cidadania que se constrói, pisando no chão da história, pensando em sintonia com o teólogo Leonardo Boff: “A cabeça pensa a partir de onde os pés estão pisando”.
Rezei nesta manhã a oração da caminhada. Enquanto me dirigia ao prédio da PUC, para o terceiro dia do Curso de Verão, contemplando a vida apressada dos transeuntes, que caminhavam rumo aos seus destinos, assustadas com o meu bom dia, direcionado à elas. Me lembrei que o anonimato da cidade grande, assustaria enormemente, o povo A’uwé Uptabi (Xavante), já que eles têm o hábito de conversar com as pessoas, olhando diretamente nos olhos delas. Para eles, os olhos é a porta que se abre para o interior ancestral das pessoas.
Jesus também, na sua vida pública, tinha o hábito de falar com as pessoas, olhando dentro dos olhos delas. Esta era uma das formas que Ele tinha de entrar na vida daquelas pessoas, e provocar a mudança a partir de dentro. Não foi à toa que Ele afirmou: “O que contamina a pessoa não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina a pessoa”. (Mt 15,11) Como Jesus, o nosso olhar para as pessoas não pode ficar no aparente, mas tentar enxergar a essência delas, para que a compaixão determine a pedagogia do nosso cuidado, em relação a elas.
Com esta atitude de Jesus, de ir aonde as pessoas sofridas estavam, vemos hoje no texto do Evangelho, o seu deslocamento para a Galiléia. Ali, Ele vai iniciar o seu ministério terreno, anunciando o Reino de Deus. Lembrando que a Galiléia era uma região desprezada pelos outros judeus que viviam no sul, porque tinha uma população mista, formada em sua maioria pelos gentios, com poucos judeus, por isso o uso do termo “Galiléia dos gentios”. O termo “gentio”, em grego, é um “Ethnos” que dá a ideia de povos pagãos, que não conheciam a Deus.
A Galileia é especialmente significante na vida de Jesus de Nazaré. Muitos dos eventos importantes de seu ministério ocorreram nessa região. A Galileia, onde Jesus nasceu, integrava o Império Romano, que abrangia todo o entorno do Mediterrâneo, incluindo partes da Europa, da África e da Ásia. Foi ali, naquele lugar desprezado, que Ele vai iniciar o seu projeto do Reino. Estando ali, Jesus aproveitou para ensinar os seus conhecimentos na sinagoga, e todos o elogiavam.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres”. (Lc 4,18) O início da vida publica de Jesus mostra à que veio: dedicar a sua vida aos pobres, excluídos e marginalizados. Colocada no início da vida pública de Jesus, o texto do Evangelho de hoje faz alusão àquilo que já fora dito pelo profeta isaías. Esta passagem constitui, conforme Lucas, o programa de toda a atividade messiânica de Jesus. Jesus irá realizar a missão libertadora dos pobres e oprimidos. Evidente que esta passagem de Isaías, diz respeito ao próprio Jesus, aplicando a si mesmo, assumindo-a naquele contexto histórico. Ele não teve dúvidas de que lado estava. Sempre que leio este texto de hoje, lembro-me de nosso bispo Pedro nos dizendo: “Na dúvida, fique do lado dos pobres”.
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