Quarta feira da vigésima sétima semana do tempo comum.
O mês das missões vai adentrando as nossas vidas e nós, com o compromisso de fazer-nos missionários pelo batismo que recebemos, assumindo com responsabilidade a defesa da vida para todos. Fazemos parte da grande família de Deus e, consequentemente, a vida humana e de todos os seres do planeta tem a primazia, uma vez que foi assim que Deus nos criou. A semente do amor foi semeada em nossos corações, basta agora que cuidemos do chão da nossa casa interior para que esta semente frutifique em gestos concretos. Ser missionário como semeador de esperança no chão sagrado da vida humana.
A primavera segue ditando as regras pelas bandas de cá. Nesta manhã, um enxame de abelhas (Europa), zumbindo, tomou conta do pé de cajazinho, que se vestiu de amarelo em flor. Quem teve a oportunidade de ver esta árvore frutífera na estação anterior, juraria que a mesma havia perdido a vida, de tanto que se desfez de sua roupagem. Movido pelo espírito franciscano, eu diria que as abelhas estão fazendo a sua parte na obra da criação de Deus. Há quem pensa que a principal atividade delas é a produção do saboroso mel, o que não é verdade! Sua função maior é desenvolver o processo de polinização nas plantações. Tanto que os pequenos produtores rurais da agricultura familiar estão apreensivos com a mortandade das abelhas, em função da pulverização indiscriminada de agrotóxico.
O carisma franciscano e o espírito de São Francisco de Assis precisa engravidar as nossas entranhas e fazer-nos defensores das causas da natureza. Nunca se destruiu tanto o meio ambiente como nestes últimos anos de desgoverno em nosso país. A Amazônia perde a cada dia uma parte de si, levando consigo uma parte de cada um de nós. Como São Francisco de Assis, devemos ser também os defensores de nossa Casa Comum e superar a desumanização do ser humano com o seu “Pecado Ecológico”, termo que foi definido pelo documento final do Sínodo da Amazônia, aprovado em 26 de outubro de 2019, como uma “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente”.
Estamos prestes a definir o futuro desta grande Nação chamada Brasil. É continuar destruindo tudo e todos como temos visto e vivido, ou virar a página e reconstruir o caos que virou a barbárie econômica, política e social deste imenso país. É preciso ter consciência que temos nas mãos a ferramenta adequada para fazer a história da transformação. Cada um de nós é chamado a fazer parte deste grande mutirão de reconstrução da “Pátria Amada” e não “Pátria Armada”. A cartilha do amor e não do ódio, deverá estar em todas as nossas ações daqui por diante. E também rezar, mas rezar muito, para que sejamos capazes de sermos fieis ao Projeto de Deus, revelado por Jesus de Nazaré, que quer que a vida triunfe sobre as estruturas de morte.
Rezar é com Jesus! Um homem de profunda oração. Ele rezava em todos os momentos de sua vida pública entre nós. Sempre encontrava tempo para estar a sós com Deus e com Ele dialogar. O mesmo devemos fazer também na nossa vida corrida de cada dia. Tais atitudes de oração de Jesus despertou em seus discipulos o desejo de ser também como o seu Mestre: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. (Lc 11,1) Este é o maior desafio do discipulado de Jesus: “Amar como Jesus amou; sonhar como Jesus sonhou; pensar como Jesus pensou; viver como Jesus viveu; sentir o que Jesus sentia; sorrir como Jesus sorria…” Até parece fácil, mas requer um profundo processo de conversão. Conversão que não basta ter fé em Jesus, mas ter a mesma fé d’Ele.
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Rezar como Jesus a partir daquilo que Ele ensinou a seus discípulos e também nos ensina ainda hoje, a “Oração do Pai Nosso”. O profeta João ensinou os seus a rezar. Era comum os mestres ensinarem os seus seguidores a rezar, transmitindo na oração uma espécie de resumo da própria mensagem que propagavam. Na “Oração do Pai Nosso” está presente o espírito e o conteúdo fundamental de toda oração cristã. Tanto assim que esta oração precisa ser feita pelo ser orante, na intimidade filial com Deus (Pai), apresentando a Ele as necessidades mais importantes. Nesta oração, o Pai é reconhecido por todos (nome); que sua justiça e amor se manifestem (Reino); que, na vida de cada dia, ele nos dê vida plena (pão de cada dia); que Ele nos perdoe como nós distribuímos o perdão; e, sobretudo, que Ele não nos deixe abandonar o mesmo caminho de Jesus (tentação). Oração que se faz na intimidade com Deus. Oração que se faz na ação de quem não abandona o barco no cotidiano da vida. Cristão que não reza deixa espaço no coração para ser preenchido pelo ódio/rancor, pela vingança e toda sorte de desamor. O Pai é nosso. O Pão, o amor, perdão e a vida também.
NOTA DA EDITORIA: Os textos de colaboradores voluntários, assinados, não representam necessariamente a opinião da UNESER.
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