Segunda feira da Terceira Semana do Tempo Comum. O mês de janeiro caminhando para concluir a sua missão de nos fazer viver neste tempo cronológico. Junto dele, também nós, seguimos nas nossas trilhas da história. Cada um fazendo a sua parte, no cumprimento da sua missão. Mesmo que as coisas pareçam difíceis de serem realizadas, devemos manter sempre viva e acesa a esperança, confiantes nas palavras de Jesus ditas no Evangelho de Mateus: “Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível”. (Mt 19,36) Escolher quais caminhos devemos trilhar é uma ação de discernimento. Costuma-se dizer por aí que, “quem não sabe para onde vai qualquer caminho lhe serve”. Eu já penso diferente: quem não sabe para onde vai, nem sempre escolhe o melhor caminho.
A gente tem a gente! Este é também o pensamento que devemos ter, se quisermos trilhar o mesmo caminho de Jesus. Fazer a nossa adesão ao seguimento d’Ele requer muito mais do que uma simples devoção que se tem. Não se faz este caminhar com Ele de forma isolada, já que somos filhos e filhas do mesmo Pai, formando a grande família de Deus. Somos “Peregrinos de Esperança”, como define o tema do Jubileu de 2025. Esperança, docemente recitada por um dos meus poetas favoritos que assim dizia: “A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença, Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança”. (Augusto dos Anjos – 1884-1914)
Em meio à esperança, há também a desesperança. Neste dia 27 de janeiro, celebramos com tristeza o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Infelizmente, os anais da história registra que cerca de 6 milhões de judeus, minorias e dissidentes políticos, foram brutalmente assassinados durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazista. Este ano, a data coincide com o 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, um complexo da Polônia mantido pelo regime nazista de Adolf Hitler. Não bastasse esta tristeza toda, com a morte de tantas pessoas inocentes, homens, mulheres e até crianças, há ainda entre nós pessoas insanas que apoiam os ideais nazistas, fascistas, entre outros “istas”, por aí afora. Como bem disse o pastor budista norte-americano Martin Luther King (1929-1968): “A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”.
O espírito que desune! Este é o contexto para a nossa reflexão bíblica no dia de hoje. Se o Espírito de Deus une as pessoas, o outro espírito tem a sua função precípua de provocar a desunião. Biblicamente, o seu nome formal, Satanás, deriva do hebraico “ha-Satan” e significa “o opositor” ou “adversário”. Também o termo grego “diabolos”, com o significado de “acusador”, “caluniador”. Demônio, Diabo ou Satã, ambos estes nomes descrevem sua função definitiva como o opositor da criação de Deus. É exatamente com esta acusação que os mestres da Lei se dirigem a Jesus denunciando-o de estar agindo sob as ordens de Belzebu, o príncipe dos demônios. O Filho enviado de Deus à serviço das entidades do mal. Incorrigíveis estes homes da religião.
Porém, o que chama a atenção no contexto de hoje e que não aparece na citação no texto, é o versículo imediatamente anterior que diz: “os parentes de Jesus foram segurá-lo, porque eles mesmos estavam dizendo que Jesus tinha ficado louco”. (Mc 3,21) Tudo isto porque Jesus não se cansava de fazer o bem, anunciando o Reino de Deus e curando todos os tipos de enfermidades das pessoas pobres daqueles vilarejos. É como se os próprios seguidores de Jesus endossassem a acusação das autoridades religiosas do Templo de Jerusalém. Ou seja, nem eles mesmos estavam entendendo direito a proposta da prédica e prática de Jesus.
“Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se.” (Mc 3,24) O Espírito Santo de Deus está presente em Jesus, levando-o à missão de libertar e desalienar as pessoas (expulsar demônios). Desalienar no sentido de fazer as pessoas pensarem por si mesmas, e andarem com suas próprias pernas, de forma consciente, autônoma e ativa. Por este motivo, Ele é acusado de estar “possuído por um espírito mau”. Uma acusação gravíssima, para os padrões do pensamento e da tradição judaica. Tal acusação é considerada como pecado sem perdão. Para os acusadores de Jesus, o bem é mal, e o mal é bem. Eles, na verdade, estão comprometidos e tiram proveito do mal; por isso, não reconhecem e não aceitam Jesus. O Mestre Galileu era uma ameaça permanente aos interesses escusos da classe dirigente e religiosa da Palestina no tempo de Jesus. por isso vão persegui-lo até a orquestração de sua morte.
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