Sábado Santo. Sábado da Vigília Pascal. Estamos chegando ao final de mais uma etapa em nossa caminhada longa de fé. O Ressuscitado desponta no horizonte próximo de nossa esperança. Definitivamente, a morte não tem a última palavra, já que o projeto de Deus é a vida em primeiro lugar. Vida regada pelo amor infinito e gratuito do Deus Criador. A morte de Jesus não foi em vão, mas abriu as portas para a plenitude da vida. O amor que se entrega se fazendo divindade na transcendência de Deus. Só o amor que se entrega é que salva. Não um amor preso apenas a um sentimento interior, mas que se faz doação no serviço aos irmãos. Daqui a pouco a porta se abrirá e a morada de Deus se fará em nós pelo Cristo Ressuscitado. Em Cristo, tenhamos “novas aspirações, que levam a humanidade a tentar tornar a vida mais humana e a submeter para esse fim toda a terra”, afirma o Concílio Vaticano II (1962-1965).
Antes de falar Vigília Pascal, que é o tema principal da celebração litúrgica, tenho que me referir ao dia de hoje, como um dia sagrado para os Povos Indígenas. Dia 19 de abril é o Dia deles: Dia dos Povos Indígenas. Aliás, todos os dias são dias deles! Uma data de conquistas, mas também de muita luta e resistência. A diversidade cultural indígena está presente no sangue que corre em nós, muito embora para alguns dos nossos, não correm em suas veias, mas em suas mãos ensanguentadas pelo massacre que lhes causam historicamente. Celebrar a diversidade cultural dos povos indígenas no Brasil é uma das formas de contribuir para a preservação da cultura e da história desses povos, e também desta nação. A luta contra o preconceito em relação a eles é muito grande ainda, e precisa estar na ordem do dia.
Porque não, “Dia do Índio?” Porque este é um termo genérico, cunhado pelos saqueadores colonizadores europeus, que viram nos habitantes que aqui encontraram, um bando de índios, pensando estarem chegando às Índias, objeto primeiro de suas “expedições”. A partir de 2022, por meio da Lei 14.402/2022, o tradicional “Dia do Índio”, passou a ser chamado oficialmente de “Dia dos Povos Indígenas”. É assim que define a Lei Federal 14.402/2022, que institui, em todo o território nacional, o “Dia dos Povos Indígenas”. Tal mudança visou explicitar a diversidade das culturas dos Povos Originários, que não se veem como um indivíduo, mas como um povo, graças ao seu sentimento de pertença identitária. Como bem disse a Deputada Joenia Wapichana: “O propósito é reconhecer o direito desses povos de, mantendo e fortalecendo suas identidades, línguas e religiões, assumir tanto o controle de suas próprias instituições e formas de vida quanto de seu desenvolvimento econômico”.
Agora, voltando ao momento litúrgico deste sábado, o clima predominante é o da Vigília Pascal. Estamos aguardando que o Cristo Ressuscitado manifeste em sua plenitude, como Ele mesmo manifestara num dos anúncios de sua Paixão, Morte e Ressurreição: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia”. (Lc 9,22) O momento é de espera confiante e esperançosa, não de quem fica aguardando sentado, mas conhecendo e realizando os seus atos e gestos de libertação. Para os que acreditamos, sua Ressurreição será a sua Vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante ao d’Ele: renunciando a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza, abraçando a cruz do calvário diário.
O texto do Evangelho de Lucas que refletimos no dia de hoje, nos mostra que a presença feminina não poderia faltar na hora mais dolorosa de Jesus. Estas mulheres maravilhosas de ontem e de hoje, que carregam o fardo, sem abandonar as causas do coração. Se elas estiveram o tempo todo com Ele, durante a sua vida e missão pública, não seria agora que o abandonaria. Enquanto os homens assustados buscaram o caminho tímido do “escondimento”, elas mostraram a cara, proveniente do empoderamento feminino, típico das mulheres guerreiras seguidores de Jesus: “No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado”. (Lc 24,19) Oxalá que a nossa Igreja, predominantemente constituída pela presença feminina, saiba valorizar mais o ser feminino delas, inclusive com a participação direta nas decisões que dizem respeito a nossa caminhada de uma Igreja em Saída, comunhão e participação. O que seríamos de nós, sem a presença e participação decisiva delas em nossas vidas?
Um sábado de esperança. “Esperando contra toda esperança”. (Rm 4,18) A nossa esperança não pode ser regida por raciocínios lógicos, previsões e seguranças tipicamente humanas. O amanhã vai chegar e com ele o dia se transformará, com a presença viva do Ressuscitado. O primeiro dia semana é um dia sagrado. A manhã desse primeiro dia da semana, marca a transformação radical na compreensão a respeito da nossa vida humana. O amor que se entrega se transforma em salvação. É Deus mesmo agindo na história humana, abrindo-nos as portas de seu ser divino transcendente. O sonho de Deus acontecendo em Jesus de Nazaré, o Cristo Ressuscitado. O projeto vivido por Jesus não é caminho para a morte, mas caminho aprovado por Deus que, através da morte, leva para a vida. Nosso encontro com Jesus se realiza no momento em que nos dispomos a anunciar o coração da fé cristã: Cristo Ressuscitou! “De fato, Ele era mesmo Filho de Deus!” (Mt 27,54)
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