Na Vila Cisper fui muito feliz !
Amigos,vizinhos,filhas,netos,genros…
Ah! Meus alunos no Dom Miguel de Cervantes e no Juarez Távora.
No breve tempo como diretor…
Mas nada se compara ao ano vivido na Pedrinha!
Pedrinha?
Era o paraíso na Terra pra qualquer garoto!
Não tinha luz elétrica,banho no ribeirão…
Os três padres professores?
Rédea solta pra molecada!
Minha mulher diz que eram loucos…
Acho que não…
Confiavam no Anjo da Guarda!
Ah! Não contei o que era a Pedrinha…
A Pedrinha é um bairro da zona rural de Guaratinguetá.
Vinte e cinco km de estrada sem asfalto.
Imaginem 70 e poucos meninos ” achando ” que seriam padres!
Missa diária e muita oração!
Aulas ,estudos,exigência de boas notas…senão vai embora…
Mas havia futebol todos os dias!
Uma piscina de água gelada ,sempre corrente!
Meninos 10,11,12,13 anos
ligam ?
Lá aprendi a pescar,caçar rã só com as mãos…
Aprendi a limpar os peixes e as rãs…
Eu mesmo!
Com um canivete!
Por um ano inteiro: inverno e verão tomei banho frio!
Nunca chorei a ausência de minha mãe…
Não reclamei da comida …
Foi um ano inteiro de paraíso…
Ah! Eu tinha medo do escuro!
Mas lá no fim do corredor à noite tremulava um lampião:
Pra ir ao banheiro o corredor de 30 metros…mas parecia um kilometro…
Um ano inteiro sem picolé !
Sem maria-mole…
Sem o colo da mãe…
Mas aguentei firme!
Ah! Ali aprendi que sou desafinado…
Não distingo Dó de Ré…
Mas eu cantava…até o dia em que o diretor aproximou se de mim e pediu me que cantasse baixinho!
Tenho saudades desse tempo, dos amigos ,da vida lá…
Dos padres professores!
Do cozinheiro…o seu Zoza!
Da dona Alzira!
Às vezes volto lá…será que ainda sei pegar rã com as mãos?
Se for ensinar meus netos terão nojo!
Às vezes em imaginação volto lá…adolescente!
Boa tarde/ noite gente amiga querida que as bênçãos sejam abundantes e permanentes…