SEMINÁRIO SANTO AFONSO, Aparecida, SP.
Este prédio emblemático marcou a vida de muitos jovens. Centenas de alunos por ali passaram e outros tantos vivem e estudam ali atualmente.
Conte a sua história e suas melhores memórias sobre seus professores, formadores e diretores que acompanharam (e acompanham até hoje) na longa caminhada.
Para iniciar as referências e estimular as lembranças, segue acima a foto de um dos grandes formadores que esteve à frente de muitas Turmas. Hoje ele é Missionário e anda com a disposição que sempre cuidou de seus alunos.
Quem é este jovem Padre?
foto: https://www.bing.com/
Em 1957 na bucólica Casa da Pedrinha – o PRÉSSA : O Padre Fernandes contava as histórias do matuto Joaquim Bentinho, de Cornélio Pires…. O Padre Furlani, sempre com as mangas arregaçadas de sua sotaina, nos incentivava a levar as pedras do ribeirão para construir a casa, a piscina e para o basculante branco do “seu” Geraldo… E o Padre Brandão acompanhava silenciosamente tudo….
-Cadê o Padre Borges? – alguém perguntava….
-Pegou o cavalo e foi para São Lázaro(aldeia, nos altos da Serra da Mantiqueira, onde construiu a capela e atendia aos fiéis da região) – era a resposta que vinha. (Trecho publicado no BLOG TÁVOLA REDONDA DOS SEMINÁRIOS E NO LIVRO DO SEMINÁRIO DE SACRAMENTO!)
Bela narrativa, Ierárdi! São ricas e maravilhosas as crônicas do dia-a-dia nos Seminários. Lembrar de Cornélio Pires então é uma preciosidade. Vou ali no blog saber mais. Obrigado!!!
Caro Pedro Luiz, segue o link do BLOG DA TÁVOLA REDONDA para facilitar a pesquisa…..
http://tavolaseminarios.blogspot.com/search?q=padre+borges
Vou alongar um pouco….você fala de Cornélio Pires….
Ah! O Pe.Fernandes…. Ele sentava-se numa das muretas do pátio interno, ficávamos sentados no chão em sua frente, ele abria um livrinho e lia:” …JOAQUIM QUEIMA-CAMPO”. É um caboclinho mirradinho, olhinhos vivos, barbica em três capões: dois de banda e um no queixo; bigodes podados a dente, desiguais e sarrentos; nariz de bodoque, aquilino, recurvo, fino, entre bochechinhas chupadas; dois dentões amarelos, os caninos, que só aparecem quando ri, quais velhos moirões de porteira abandonados; rosto em longo triângulo; cabeçudinho; cabelos emaranhados; orelhinhas cabanas, cada qual suportando o seu toco de cigarro, amarelentos e babados. De camisa, de algodão riscado, aberta ao peito, deixa ver pendurada no magro pescoço de cor de veias salientes, uma penca de “bentinhos”, favas de Santo Inácio e patuás com rezas que servem para “fechar” o corpo e evitar mordedura de cobras. Baixinho, miudinho, desnalgado, perninhas finas e canelas luzidias, brilhantes ao reflexos do fogo, ao pé do qual nós reunimos todas as noites, o Joaquim Bentinho é um serelepe, espertinho e perereca… Observei que, como os outros roceiros, traz uma das pernas da calça arregaçada mais alta que a outra. Porque será? Depois de muito maturar, descobri que é para evitar que o enrodilhado de uma perna se esfregue no outro, ao ser mudado o passo, rustindo e estragando a roupa… Mas, vamos aos “causos”… Era o nosso programinha de TV, ao vivo, acompanhando as mímicas engraçadas do saudoso Pe.Fernandes, quando, com muito entusiasmo nos lia aqueles trechos interessantes do autor! Quantas vezes ele leu esse trecho e para quantas pessoas!
NB-Oportunamente conto sobre meus orientadores no SRSA!
Estimado Ierárdi Neto: seu blog não é apenas um compilado com prosa, estilo e memórias. É um centro de pesquisa das melhores histórias e fatos de nossas vidas nas Casas de Formação Redentorista. Parabéns!!!
Em Aparecida, no SRSA!
Aulas diárias de português e latim. Aprendizado de línguas como o francês, inglês e até o grego! A matemática englobava a aritmética, a álgebra, geometria e trigonometria. Além disso tudo a física e a química com suas fórmulas e experimentos…
O Padre Rodrigues, José Rodrigues de Souza, era o professor de português. Baixinho e magrinho, de cabelo penteado como típico argentino. Mas escrevia no espaço total do quadro negro, ainda que necessitasse ficar nas pontas dos pés e depois sair com resíduos de giz na ponta do nariz. Sua letra era muito bonita. Era exigente e gostava de corrigir com caneta de tinta bem vermelha, chamando a atenção para os erros. Às vezes havia mais vermelho do que azul, após a correção da lição de casa. Ele ajudou o Professor Napoleão Mendes de Almeida a fazer a GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA.
O Padre Azevedo, além de ser o meu confessor espiritual, era o professor de Latim. Muito consciente e preciso na matéria, com base no manual ARS LATINA, passava-nos o conhecimento da língua morta que estava presente em todas as celebrações religiosas e nos breviários de orações diárias que eram cumpridas por todos os padres religiosos.
A matemática ficava por conta do Padre Cherubini, que tinha muita afinidade no mundo da física e química. Era um brilhante professor…um cientista!
O Padre Isidro, por meio do MY ENGLISH TEACHER e do YASIGI METHOD, ministrava-nos o conhecimento da língua inglesa e o francês ficava por conta do Padre Vitor Hugo.
O Padre Peixoto mostrava-nos os caminhos das plantas pela Botânica.
Os conhecimentos de História Geral eram transmitidos pelo Padre Carlos Silva. Aqui uma lembrança especial: o Padre Silva ficou pelo menos três meses ensinando sobre Napoleão Bonaparte, de quem era um fã decidido!
Olha quantas recordações ótimas e vibrantes. Todas as aulas eram ricas em conteúdo e muita seriedade dos professores. Ars Latina então um livro “épico”, pois a “briga” era intensa.