O título parece um jogo de palavras, mas garanto que é como um rio. E o rio é o igarapé que corta a cidade de Manaus. MINDU, caudaloso de histórias, sentimentos e sonhos, tanto meus, quanto das pessoas que já se banharam em suas águas e vivem próximas na Vila Amazônia.
Dois trechos do rio compõem dois capítulos da minha vida e nos enchem de plenitude, açambarcam a vida, não deixando nada de fora de suas “águas”redentoras.
Se ,”mindfulness” tem significação de plenitude no mundo corporativo, o mesmo sentido quero usar com o neologismo criativo do MINDU’S FULNESS.
Meu primeiro contato com as águas do Mindu se perde no tempo. Depois de uma grande chuva de alagação chegava eu com um velho amigo, a uma ponte submersa na corredeira transbordante, que o meu peso de um garoto de 10 anos não suportaria. Se me lançasse naquela aventura seria levado cachoeira abaixo, transformando-me numa folha frágil , flutuando na espuma ou num galho preso entre as pedras do fundo.
Quem estava comigo, colocou-me no ombro e atravessou a ponte com as águas acima dos joelhos. Senti-me, muitos anos depois, como o menino Jesus, tendo sido carregado por S. Cristóvão, ao conhecer o significado do nome do Santo.
“Aquele que carrega o Cristo”, que tem origem no grego Christophóros, formado pelos elementos Christós, que quer dizer “Cristo” e phorós, que significa “portador”.
Na verdade, aquela travessia da ponte, no ombro de um saudoso amigo, teria para mim duplo significado.
Conduzido como Jesus para aprender a conduzi-Lo para os outros. Ali , começava meu caminho de Cristão, rumo a realizar minha vocação missionária que iniciara nas águas do Batismo, passara pelas águas do Mindu para, enfim, passar 8 anos navegando no Solimões, cujas aventuras relato no meu livro “O Segredo dos Rios – Aventuras de um Missionário Caboclo” ,Goiânia, Editora Alta Performance, 2021.
Vêm-me à mente, quando contemplo o Rio Mindu na turbulência, após chuva ou na calmaria dos dias de sol, a seguinte imagem e o versículo do salmo 129, 7. “N’Ele é abundante a Redenção”.
Como imagem, é a certeza do Espírito de Deus, pairando sobre as águas, gerando a “Plenitude da Vida”, que também , saída do “templo” ou das fontes das profundezas da terra, trazem a vegetação e a vida em mil formas aquáticas.
Para esse transbordamento é que
chamo de MINDU’S FULNESS. Mas, não só.
Hoje, o Mindu volta a ser minha referência afetiva e de muitas famílias que povoam sua margem esquerda, mas de costas para ele. Não acolhe ninguém que venha navegando e aporte em suas raras praias. Mas fácil de ver pequenos montes de artefatos de plásticos que as chuvas levam adiante. As casas dão de fundo para o rio que perdeu o fascínio e se transformou em depósito de sujeira.
Para redimir o rio e povoá-lo de peixes, seria preciso muito investimento, formação ambiental e solidária. Voltando os olhos para sua corredeira sinalizaríamos um maior ganho de consciência. Saberíamos que as águas e tudo que nela se move, vêm da Bondade de Deus, milagrosamente, preservando a face da Terra e a restauração das águas.
Ao cruzar o rio, mais à frente, entra-se no estacionamento de um Shopping, onde acontece feiras de verduras e frutas, duas vezes por semana. Próximo dali, tem o Santíssimo Santuário de Maria. Desativado, fechado e desconhecido é, aparentemente , sem propósito ali. Tornou-se, por isso, o acontecer esperançoso. Ser um polo de espiritualidade redentorista, devotado à Maria e cuidado pelos Missionários Leigos Redentoristas.
A Esperança deste projeto começou como um rio, onde uma pedra chorou quando a areia fina chegou aos “olhos d’agua”.
O rio vai correr livre e copioso, contornando os obstáculos para trazer a vida abundante aos pobres das margens que passaram a cuidar dele como um ser vivo e ressuscitado.
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