Dia 08 de março. Sétimo dia da quaresma.
Um dia muito especial para todas as mulheres. Dia Internacional das Mulheres. Mais do que um dia qualquer, um dia de Luta e uto. Luta pelas conquistas dos direitos femininos e luto por ainda trazermos em nós a herança de uma sociedade, fundida nos umbrais do conservadorismo machista e patriarcal, onde a igualdade de gênero, está distante de ser uma realidade concreta. Tanto que o lema deste dia é: “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”.
Dia da mulher é todo dia! É toda hora! É qualquer hora! A mulher é o sopro da inspiração divina, contribuindo diretamente com o Criador, no seu projeto de fazer a vida acontecer. Elas são maioria absoluta, onde quer que estejam, e os que sobramos, somos os filhos delas. Não fossem o útero aconchegante e acolhedor delas, não estaríamos aqui. A semente da vida precisa de um útero para se tornar projeto de vida. Como canta a Música Popular Brasileira (MPB): “Deita teu corpo em meu ventre, que eu guardo a sua semente”.
Deus é mãe! “Deus é mais Mãe do que Pai”, já nos dizia o saudoso e rápido Papa João Paulo I. Um Deus que, na sua essência de amorosidade, nos abraça a todos e todas, com este seu amor gravido de ternura e compaixão. A Encarnação do Verbo, veio revelar-nos o rosto maternal de um Deus que não sente prazer algum em julgar e condenar, mas libertar e salvar. (Ex 33,11). Viver.
“A Igreja é mulher e mãe, como Maria”. Mais uma das tiradas do sempre providente Papa Francisco. Uma Igreja que se fez nascer sob a inspiração da presença da Mãe de Jesus de Nazaré, caminhando com Ele, o fazendo sensível e pleno de solidariedade às causas dos desprezados e marginalizados. Maria mãe e mulher como tantas outras mulheres que caminham neste mundo, quebrando a lógica das estruturas machistas patriarcais, também no interior das nossas comunidades eclesiais, forjando o sonho do ser feminino, como passaporte para todas as relações.
Maria que também ensinou Jesus a rezar. Jesus que nos ensina a rezar a oração mais completa do filho e da filha de Deus. Jesus que fala com sabedoria, ensina com amor (Pr 31,26). Esta é a proposta da liturgia para o dia de hoje. Assim, diante de seus seguidores que tinham enormes dificuldades de dialogar com Deus, por intermédio da oração, mesmo convivendo de perto com Ele, em seus momentos oracionais, o Mestre lhes ensina a Oração do Pai Nosso. (Mt 6, 7-15)
Uma oração sucinta, prática e objetiva, bem diferente da oração dos fariseus, dos doutores da Lei. Na realidade, Jesus faz uma crítica contundente à oração dos fariseus e dos pagãos. Na Oração do Pai Nosso, a pessoa orante entra na intimidade com Deus, na maís absoluta simplicidade e dirige as suas palavras ao coração do próprio Deus. Não de forma individualista, mas esta sintonia, faz realçar o Ser de Deus que é Nosso e não somente meu; o pão que é nosso e não apenas para mim. A vida que é minha, mas que só tem sentido em ser doada para que todos e todas tenhamos a vida em plenitude.
Vida de todas as mulheres que precisam ser vividas na igualdade de gênero. Celebrar, comemorar, festejar o Dia Internacional da Mulher é rever os nossos conceitos machistas do homem varão que vê o sexo feminino como um ser de subalternidade, nos espaços que transitamos: na família, no trabalho, na escola, na sociedade de maneira geral. Não existe um Ser inferior! Inferior é o preconceito, o machismo, o patriarcalismo, a xenofobia e o feminicídio. Viva as nossas guerreiras mulheres! Hoje e todos os dias!
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