Ainda não foi desta vez. Bem que gostaríamos de um abraço depois de tanto tempo privados do convívio dos amigos. Pela terceira vez, optamos pelo encontro virtual apostando na segurança sem dar chance para qualquer surpresa indesejável.
Em 2021, nosso II ERESER VIRTUAL experimentou uma didática que dado à boa receptividade, repetimos em 2022. Convidamos para estar conosco Emanuel Cristiano* que, com muita competência, nos ajudou a refletir sobre nossa responsabilidade existencial diante de tudo aquilo que herdamos ao decorrer de nossa formação sobre a égide do carisma afonsiano.
Contatar, convidar, trazer para junto de nós todos os amigos que conseguirmos reencontrar, re-enturmar. Esse foi e queremos que sempre seja o espírito do ERESER TIETÊ.
“Venha, traga sua dor, traga seu amor. Nos conte sobre você. Vamos sentar e trocar um dedo de prosa”. Assim ouvíamos de nosso querido e saudoso formador Pe Libardi CssR, que idealizou desde sempre nossos encontros.
Assim iniciamos na sexta-feira nossa programação. E não podia ter sido melhor. Após a recepção da Equipe Organizadora, da saudação de nosso Diretor Espiritual Pe José Marques CssR e a cerimônia do Rito Penitencial, ouvimos uma riquíssima reflexão de D José Luiz Ferreira Salles CssR sobre o carisma redentorista como um carisma da Igreja e não uma propriedade da Congregação. Pautado pelo livro do Pe Francisco Chiovaro CssR, “Ser Redentorista é ser Missionário Sempre”, o Bispo de Pesqueira nos fez ver que nossa experiência vivida dentro do carisma redentorista estará sempre em cada um de nós ex-seminaristas. Que nossas lembranças extrapolam o ambiente físico do Seminário. Somos saudosos dessa espiritualidade que nos uniu e que hoje vive em nossa família como leigos. D Salles nos incitou a viver e anunciar a Copiosa Redenção. Como podemos colaborar na Igreja de hoje, pois as necessidades são muitas.
Logo na manhã do sábado, nosso querido amigo desde a década de 70 em Tietê, Pe Antonio Dezidério Frabetti Vieira CssR, sentou conosco num canto qualquer e nos contou toda sua trajetória redentorista, suas experiências pastorais ao longo de seus 36 anos de sacerdócio. Descontraído e à vontade, com leveza e simplicidade, deixou-nos um exemplo de vida à Congregação e aos mais necessitados. Inspirou e encorajou a todos.
Dois testemunhos de vivência pastoral de ex-seminaristas abriram a tarde do sábado. Nosso colega Francisco Odair Neves contou-nos sobre seu trabalho em sua comunidade em Campinas/SP, sobre sua atuação como coordenador num projeto denominado Oficina de Orações e Vida, e Claudemir Ramos, um convidado e um ex-seminarista dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (SCJ) nos brindou com um depoimento sobre seu trabalho pastoral junto aos mais necessitados no âmbito de sua comunidade e cidade no Vale do Paraíba.
Discorrendo sobre o tema central do encontro: Você é responsável por sua existência. Semeie, mesmo que não vá colher, nosso convidado Emanuel Cristiano com propriedade e conhecimento, abordou sobre a existência do ser e o seu papel transformador de si mesmo e do mundo. Sobre a responsabilidade que todos nós temos de sermos semeadores para que a semente adquirida em nossa formação, frutifique por onde passarmos.
Emanuel nos trouxe apontamentos sobre as quedas e vitórias humanas. Sobre a coragem que devemos ter em mudar o mundo, o mundo que nos cerca do nosso cotidiano. Nos fez refletir sobre a parábola do semeador, o semear, o tipos de solo e a colheita.
Debateram com ele, após sua exposição, Edvaldo José Bortoleto** piracicabano que esteve em Tietê no Seminário Santa Teresinha desde 1975, que contextuou sobre a reflexão de Emanuel acentuando sobre nossa formação bebida da fonte afonsiana e como frutificar esse carisma em tempos atuais.
Antonio Vidal Nunes*** ressaltou, após a fala de Emanuel, sobre a importância da convivência sadia entre aqueles que têm responsabilidade na formação e educação no meio em que vivem. Enalteceu o fato de que o homem é um ser inacabado e inconcluso. “É uma tensão entre o que é e o que poderia ser”. “Mas ele nunca se faz sozinho, mas com o outro. Daí a responsabilidade de cada um com sua existência e com a do outro.” Vidal também considerou pontual que Emanuel, embora com muito realismo tenha indicado os perigos que corre a existência humana, não deixou de manifestar esperança quanto às possibilidades positivas do homem.
Teixeira e Célia, mais uma vez nos surpreenderam com uma rica homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A Via Sacra do quadro de Nossa Mãe Protetora saiu de Eloy Mendes/MG, deixando o lar acolhedor de Agnaldo Crabi e Veridiana e bateu à porta de João Francisco e Valderez. Na verdade, o quadro foi encontrá-los na Capela
do Colégio Sagrado Coração de Jesus, onde a família acabava de batizar a netinha Maitê. Até nosso próximo encontro o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro também compartilhará o lar de nosso estimado Prof. Chico e família.
Com a Celebração Eucarística presidida pelo Pe José Marques e concelebrada pelo Padre Reinaldo Norberto das Graças Tristão, C.Ss.R. (Bigão), acompanhada virtualmente da Igreja de Santa Teresinha, encerramos nosso segundo dia de encontro. Isto formalmente, porque na sala virtual a interação não teve hora para acabar.
Amigos de longa data que há muito não se viam, seja pelo isolamento causado pela pandemia ou pela distância de suas moradias, com o advento da virtualidade, encontraram no Encontro Virtual do ERESER um veículo e uma motivação para realimentar nossos vínculos de amizade e de saudade incontida. Como bem disse Dom Salles, não é do espaço físico do Seminário Santa Teresinha em Tietê que somos saudosos, mas sim da vida comunitária entre amigos, do carinho e cuidado com que nossos formadores nos acolhiam e dedicavam seu tempo em nos moldar homens para uma vivência espiritual do carisma redentorista e de nossa formação humana e intelectual para o futuro que poderia nos aguardar
Domingo de manhã, uma homenagem ao nosso formador Padre Luis Carlos de Oliveira, C.Ss.R., que fez sua Páscoa no final de abril. Rangel e Bortoletto resumiram em áudio e vídeo todo nosso carinho e reconhecimento a este mineiro de Sacramento que marcou positivamente muitos de nossos amigos.
Nos despedimos cônscios de que valeu cada minuto que estivemos juntos. Nossa gratidão a cada um de vocês que nos deram a honra e a alegria de sua convivência. Um pouco de cada um veio até nós. Leve em seu coração a marca de nossa amizade nascida e cultivada nos corredores, nas salas de aula, no bosque, nos campos e quadras de esportes, na Capela do Toco do Seminário, nas orações em comum, nos estudos em grupos e em nosso cotidiano sempre rico em surpresas e pequenas marcas que hoje são fortes lembranças de situações e amigos que jamais abandonaram nossas mentes e nosso passado.
A saudade e o carisma redentorista que vivem em nós manterá com certeza nossos laços.
* Filósofo, Mestre em Ética na Filosofia
** Doutor em Educação da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
*** professor livre docente da UFES, Doutor em Filosofia da Religião
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