Há coisas,momentos, situações que grudam na memória da gente…
Por mais que você queira esquecer, ficam lá…
Te atazanam pelo resto da vida!
1956,saiu da Penha uma romaria para Aparecida.
O sonho da minha mãe!
Fomos!
Ela e eu…
Juntos a italiana mandona e o filho,meu colega de bola!
Pegariamos o ônibus na praça da igreja, às 6horas da manhã…
Iríamos assistir a missa às 10 horas em Aparecida!
Minha mãe, habil costureira, fez me um terno…
Deveria ser Junho ou julho.
O terno era de lã.
Levamos um farnel.
Restaurante nem pensar!
Estava escuro.
Subimos a Major Ângelo Zanchi.
Eu estava excitado…
Cheio de expectativas.
Meu amigo, Cadu, já tinha ido a Santos e a Jundiaí.
Era viajado.
Se mostrava superior!
Chegamos antes do ônibus.
A igreja já aberta.
Esperando os fiéis, missa às seis…com público!
Na escada uma mulher, enrolada num cobertor , pedia esmolas…
Minha mãe, gentil,fingiu não reconhece la…
A italiana apontou a:
” a mãe do Nori!”
Envergonhada a pobre entrou na igreja…
Fomos, voltamos…
O melhor de tudo foi a torta de bananas que minha mãe levou…
Segunda fomos pro futebol à tardezinha…
Nori não apareceu…
Fui atrás dele.
Não queria ir…
A falastrona espalhou no bairro inteiro que vira a mãe do Nori esmolando de camisola…
Foram perguntar pra minha mãe se era verdade?
Aprendi uma lição:
” não vi!”
Respondeu minha mãe!
” tambem não vi”,eu disse!
Ganhei um amigo pra vida!
Calorão, né gente!
Cadê a chuva?
Meu pai plantava milho nesse mês…e as galinhas?
Comprei um” branco” português de Bragança, Costa Boal, de secar a garrafa…
A patroa já me avisou: hoje vou dar curso bíblico. Sem vinho…
Fazer o quê!? Sozinho não bebo…
Gente,a Joana tem brincado sem dores…orações são benvindas!
Tenhamos todos uma noite de bênçãos e alegrias!