Dr. Miguel Ângelo, médico e missionário.

Deus está sempre presente e o seu amor clama por nós. Apesar desta fé, precisamos
atualizar no dia a dia.
Ontem, dia dos Reis e da Gratidão, no calendário  do coração, a fé apareceu para mim com grande apelo.

Estávamos, ainda, organizando a casa, após o retorno de São Paulo, onde se concluiu o milagre de Deus nas nossas vidas, com o transplante renal.
Aconteceu que, após retirar vários materiais elétricos e hidráulicos de um saco branco e simples, entendemos que eram para nós sacramentais da transparência de Deus, sinais da pureza  e da humildade. Coloquei, ao lado, para descartar, mas estava desperto pelo “cuidado com nossa casa comum” e devia enviar para  ser reciclado.
As horas foram se passando, e quando eu pego o saco para o descarte, percebi algo endurecido, pequeno e forte no fundo.  Pois bem, uma grande mensagem de Deus para nós. Assim deve ser a fé : firme , nem que seja do tamanho de um grão de  mostarda, presente no fundo da nossa alma, no coração e em todo o nosso ser. Ela é capaz de mover  montanhas, fazer milagres, pela misericórdia que o Pai tem por nós. Abro o saco e retiro um objeto feito de ferro, demorando um pouco para identificar o que seria.

Era a “fé”, esculpida em um pedacinho de ferro cru, mas um pouco enferrujado. Exatamente. Assim pode estar nossa fé, um pouco ou totalmente enferrujada.  Podemos retomá-la  a todo instante, quando temos a coragem  de nos entregar a Deus.
Devolvi para dentro do saco e descartei na vasilha de reciclávéis. E, de volta para organizar a bagunça, ainda grande, nossa vida de fé, como o ferro esculpido,  se encontrava jogada no chão sem saber como escapara  do saco dos descartáveis. Fiquei intrigado como reapareceu, pois era para ter sido descartada. Sim, quantas vezes, pela nossa fragilidades e pequenez, deixamos de tê-la ?
Juntei de novo,  e dessa vez, depositei em cima da mesa como o altar  de casa. Terminado o que havíamos programado para aquela tarde, fui lembrando do banho das águas revitalizadoras que tiram o cansaço do corpo e das fraquezas da fé. Desse modo, atualizei  o batismo que se fez muito presente nesse momento, tornado de grande significância e reflexão para mim.
Retorno ao nosso quintal para resgatar a “fé”, mas ao chegar lá, não a encontro mais. Que tristeza! Ela está dentro de mim.
Aprendi que precisamos da fé, até para procurar a própria fé. Vamos encontrar nossa fé e nos ligar ao amor infinito de Deus . Encontrei! E resolvi fazer esse registro nessas poucas linhas, para mostrar a manifestação de Deus que se faz em nossas vidas, de forma simples, sem  pirotecnia ou barulho estridente. Na simplicidade das coisas, Deus se manifesta, nos marca e permite ressoar nas nossas vidas as bem-aventuranças do sermão da montanha.

“BEM AVENTURADOS OS SIMPLES DE CORAÇÃO, POIS DELES SERÃO OS REINOS DOS CÉUS”
Não permita que o seu coração fique vazio de Deus! Paz e Bem!