A Fundação Dr. Thomas reencontra caminhos de empoderamento para os idosos de Manaus, Am.
Desta vez, entre tantas iniciativas regulares, aconteceram três noites de Feira Criativa, cujos produtos, canções, danças tiveram nos idosos e familiares o protagonismo em exposição e venda, entusiasmo e afirmação da identidade de cada participante e seus grupos.
Foi um encontro intergeracional, com muita alegria, abraços, reencontros, danças livres, sem as peias da censura ou da invisibilidade. Uma espontaneidade cativante para mim e para tantos que ficavam a circular, puxar conversa e a conhecer o muito que se oportunizava de protagonismo da Terceira Idade e de seus apoiadores institucionais das Secretarias afins, de trabalho, empreendedorismo e inovação, assistência social e cultura.
Muitas barracas, palco cheio de vida, música, comidas regionais e empreendedorismo sem ilusões para quem pensa criticamente sobre quem vence na vida, apenas trabalhando, mais quase sempre explorado dentro do sistema. Destaco seis espaços, entre outros que não menciono aqui, de revitalização para a cultura do cuidado, a musicalidade multicultural, a dança e a alegria contagiante, cujos objetivos têm o fundamento no aprimoramento da promoção, proteção e defesa dos Direitos dos Idosos e Idosas.
1. A Fundação Dr. Thomas, sob a Liderança da presidente Sra. Oreni Braga e sua equipe, organizando, coordenando e oportunizando as três noitadas da Feira (20, 21 e 22 de novembro 2024), em grande estilo, com muita responsabilidade, juntando seus técnicos e colaboradores, artesãos, jornalistas e líderes ativistas, como voluntários dedicados à causa dos Direitos Humanos dos Idosos.
2. O Conselho Municipal do Idoso (CMI), orientando e expondo a sua missão, de acordo com suas atribuições, sempre a sonhar e ter as condições estruturais de funcionamento e projetando uma edificação para alojar todos os Conselhos Municipais e a excelência de atendimento de igualdade dos idosos para todos os acolhidos em ILPIs e suas modalidades, conforme o marco jurídico e o SUAS.
3. O Fórum da Pessoa Idosa (FPI) e o Fórum Permanente de Idosos (FOPI) que atuam como abertura para a atuação de toda a sociedade e funciona como parceiro fiel do CMI para uma ação transformadora das condições da velhice empobrecida gerada pela política econômica, através da ação multiplicadora de novos ativistas pelos direitos de um envelhecimento saudável e universalizado, ou seja, integral e integrado nas políticas intersetoriais de saúde, moradia, mobilidade, assistência social, com o intuito de que nenhum idoso more ou morra sozinho, no abandono e na miséria, decorrentes das desigualdades sociais.
4. A Política Municipal do Idoso com os grupos de vizinhança, organizados em áreas dentro dos bairros. São mais de 60 grupos espalhados pela cidade. Alguns se reúnem até duas vezes por semana, cultivando amizades, solidarizando os desafios, vencendo dificuldades financeiras e criando alternativas de sustentabilidade com empreendimentos.
5. As quse 50 barracas da Exposição que, no coletivo, evidenciam o nome da Feira de Criatividade empreendedora dos idosos que trouxeram seus produtos de artesanato, em costura de pano, argila, pintura em azulejos e telhas, em geleia de frutas nativas e pratos regionais de comida saborosa e bem acondicionada para viagem.
6. Chamou atenção os idosos do grupo musical Wotchimaucu, entoando as canções em ritmo candente, em língua nativa. Diante da escuta entusiasmada, não deixei de brincar fazendo uma tradução das palavras como um protesto, nesses termos: “Os selvagens da cidade tomaram nossas terras, envenenaram nossos rios e apagaram nossa história, mas resistimos, resistimos e aqui estamos vivos”.
Nelson Peixoto, escritor da obra “Alegrias Sem Fim e Penas Passadas” (Juventudes que deram certo e Histórias de quem muito viveu).
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