Primeiro Domingo do Advento. Enfim, estamos iniciando um novo Ano Litúrgico (Ano C). Neste ano que se inicia o Evangelho a ser refletido será o de São Lucas (Ano A – Mateus, Ano B – Marcos). A título de curiosidade, quanto ao Evangelho de São João, ele é lido, de modo particular, nas ocasiões especiais, ou seja, nas festas e solenidades. O Ano Litúrgico sempre começa no Advento. Um tempo especial de preparação para a celebração do Natal. Este tempo está dividido em quatro semanas, quando somos chamados a refletir, vigiar e renovar a esperança na vinda do Senhor. O Advento nos convoca a olhar para três dimensões da vinda de Jesus: a Encarnação do Verbo, sua presença viva no meio de nós e sua segunda vinda, no final dos tempos.
A palavra “Advento” vem do latim “adventos”, e quer dizer “chegada”, “vinda”. Essa chegada está vinculada à espera ativa e confiante no cumprimento das promessas de Deus desde o Antigo Testamento. A espera é pela chegada d’Ele. O Precursor João Batista já alertara: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Lc 3,4), Assim também nós somos chamados a preparar o nosso coração para acolher Jesus que vem. Não se trata apenas de uma preparação superficial e exterior, com decorações e festas, mas, sobretudo, com uma transformação profunda interior. Converter para acolher! Promover em nós uma mudança radical, para que possamos festejar com dignidade e alegria, mais uma chegada do Filho do Homem. Além do mais, o Advento nos exorta à vigilância permanente, onde o próprio Jesus nos adverte: “Vigiai, pois não sabeis quando virá o dono da casa” (Mc 13,35). Desta forma, somos chamados a viver numa espera permanente e atenta pela vinda do Senhor, alimentando em nós as dimensões que estão simbolizadas nas quatro velas do Advento: a esperança, a paz, a alegria e o amor.
Estamos abrindo as portas do último mês do ano. 336 dias já se passaram e outros 30 nos levarão ao horizonte que se abre com o novo ano. A esperança está no ar! O clima é de festa e alegria! Como canta o menestrel das nossas comunidades Zé Vicente: “Oh vem Senhor, não tardes mais, vem saciar nossas sede de paz!” Queremos e lutamos pela paz! Mais amor entre nós! Uma sociedade mais fraterna, afastando de vez a desigualdade social, as injustiças, o ódio e o desamor. O Deus que acreditamos não compactua com esta sociedade que estamos vendo acontecer entre nós, onde alguns poucos abastados, se acham no direito de ter mais, enquanto muitos, nada possuem, nem mesmo o necessário para viver com dignidade de filhos e filhas de Deus, que todos nós somos.
Gosto de rezar na companhia de profeta do Araguaia. Foi isto que fiz, nas primeiras horas deste dia, que preguiçosamente veio até nós, sem que pudéssemos ver a cor azul do céu. Entre um pingo e outro, querendo transformar em chuva, bebi da mística resistente e teimosa de Pedro, contemplando as águas velozes do Araguaia, correndo em direção ao Tocantins. A energia cósmica, que brota daquele lugar simples e de paz, onde os restos mortais de Pedro estão depositados, fez-me recordar de um dos versos de um poema seu, que fala exatamente do Natal: “Natal, um Natal outro: para descobrir, acolher e anunciar o Deus-conosco, hoje, aqui; segundo Mateus, capítulo 25, Quem se entende com os pobres pode-se entender com Deus”. (Um Natal Outro – Pedro Casaldáliga) A luz do esperançar do Verbo encarnado se fazendo criança no sonho rebelde de Pedro, na busca pela utopia do Reino.
Saí revigorado, mesmo com a narrativa apocalíptica catastrófica do texto de Lucas, que a liturgia deste domingo nos oportuniza refletir: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas”. (Lc 21, 25-26) Todavia, tudo isso será aplacado com a chegada do Filho do Homem e a implantação do Reino de Deus. Jesus é o Filho do Homem que o profeta Daniel já anunciara em seu tempo: “Entre as nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem. Chegou perto do Ancião e foi levado à sua presença. Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é eterno, que nunca lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído”. (Dn 7,13-14) O misterioso “filho de homem” é a personificação do povo fiel, que recebe de Deus o Reino que durará para sempre. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição, testemunhadas por todos aqueles e aquelas que o seguem, irá reunir todo o povo de Deus. Vem Senhor Jesus!
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