Edgar na farmácia: medo de agulha – Thozzi

Hoje agorinha fui à farmácia.
Todos os meses vou lá: remédio pra controle da diabetes…
Desde novembro de 1992…
Veio e fez morada em mim!
Bato o maior papo com a farmacêutica: já estamos íntimos…
Veronica, formada em farmácia em Ribeirão Preto.
20 anos de Drogasil.
Divorciada,2 filhas…
O salário não chega até o final do mês…
Se chega algum cliente, encerramos a conversa…
Só faltou o café!
Estou lá, entram uma mãe jovem e seu pimpolho:
Edgar (vê se isso é nome pra guri de quatro anos).
A mãe dirige-se ao outro farmacêutico:
” trouxe o Edgar pra tomar vacina. ”
O farmacêutico pede que se dirija à sala contígua.
Edgar dispara em fuga…
Enfia se entre minhas pernas…
” não dexa, moço, inspeção não…”
A mãe argumenta:
“Não dói, é só um furinho, pequenino…”
Minhas pernas viraram rocha…
Ninguem convence Edgar.
Tomo a palavra:
Olha ,mãe, dá o Edgar pra mim…Eu cuido dele…
Edgar larga minhas pernas.
Afasta se…
Acho que não gostou da ideia…
” mãe, vai doer só um pouquinho? Só um furinho!”
” só um furinho “,retruca a mãe.
Entram na sala de vacinas.
Eu vou pro caixa pagar a conta.
Da rua escuto os gritos de Edgar ” socolo,mãe, tá doendo…”
Livrei me de trazer o Edgar pra casa…
Boa noite gente amiga querida.
Que o calor se abrande, que soprem ventos suaves que as bênçãos sejam abundantes e permanentes pra todos.
Até amanhã…