Hoje, como em todas as segundas feiras, vou ao Mercado.
Obras na Amador Bueno me obrigam a desviar o percurso.
Passo pelo espaço da minha infância na Penha.
Consequentemente vou pela Hortolândia, depois pela rua Aquilino Vidal e Irapucara.
A esquina da Aquilino tem, ainda,o ” banco”das nossas intermináveis conversas…
Ali na esquina da Ângelo Zanchi, afinal, inaugurou se a nova padaria ” São João “.
Nos anos 50 e 60 era o armazém do seu Jerônimo.
Português culto,nos finais de semana ensaiava , com jovens,peças de Gil Vicente.
No depósito espalhava bancos e recebia gente!
Meu pai punha terno e gravata. Minha mãe com bolsa a tiracolo.
Crianças sentavam no chão.
Juro, eu não entendia nada, mas gostava daquela iniciação literária!
Um dia o armazém do seu Jerônimo fechou…
A padaria Marli mudou se pra lá…
Um espaço maior, servia refeições, não fabricava picolés…puseram uma geladeira ” Kibon “…
Balconistas uniformizados.
Fui lá comer um sonho…
Não tinha mais o gosto da infância…
Veio a pandemia, a padaria Marli fechou…
Tempos depois foi derrubada.
Os sobrados, colados nela, foram derrubados tambem!
Minha amiga Maria Rita foi lá cobrar o mestre de obras: “Aqui será construído outra padaria ” disse…e foi…
Padaria São João!
Quinta-feira passada foi a inauguração…
Fomos lá: Maria Rita, Glauber e eu…
Entramos e saímos…
Era tanta gente !
Não chegamos ao balcão de café…
Entramos e saímos…
Fomos pra casa da Maria Rita e ela fez café…
Esticamos duas horas de conversa sobre a Penha e os penhenses…
Ainda voltarei…quando passar a febre da inauguração…
Boa tarde/noite gente amiga querida que as bênçãos sejam abundantes pra todos nós especiais para você que já chupou picolé da padaria Marli!