Sábado do Sexto Dia da Oitava do Natal. Penúltimo dia do ano que se vai. Demos entrada no último final de semana deste ciclo que vai se encerrando. Hora de pensar no agora e projetar o amanhã. Novos sonhos! Novas possibilidades! Pensar e viver o hoje projetando o amanhã, não permitindo que a tristeza de ontem e o medo de amanhã, estraguem a felicidade que precisa acontecer no aqui e agora.
A nossa compreensão de Deus não pode estar presa à concepção do passado de uma fé da primeira catequese. O Deus que Jesus veio nos revelar, vai muito além. Deus é amor e manifesta esta sua amorosidade compassiva, no seu jeito de ser, amar, perdoar e acolher. João foi quem mais compreendeu este rosto maternal de Deus quando nos diz: “Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele”. (1Jo 4,16)
Deus é quem Ele é! Deus Pai e Mãe de todos, todos, todos! O Antigo Testamento já manifestava este Ser de Deus presente: “Eu sou aquele que sou… Eu sou enviou-me a vós” (Ex 3,14). Este é o rosto de Deus presente na história da humanidade. Ele quer ser invocado sempre com este nome, manifestando a sua identidade dentro de um processo de libertação.
O Catecismo da Igreja Católica num de seus artigos, nos diz: “Ao revelar seu nome misterioso de Yahweh, ‘Eu sou quem sou’, Deus declara quem Ele é e com que nome se deve chamá-lo. Esse nome divino é misterioso como Deus é mistério. Ele é ao mesmo tempo um nome revelado e, por isso mesmo que exprime de melhor forma a realidade de Deus como ele é, infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer: ele é o ‘Deus escondido’ (Is 45,15), seu nome é inefável, e ele é o Deus que se faz próximo dos homens”. (206)
Rezei nesta manhã numa realidade muito próxima da minha, no Sítio São Domingos, na cidade de Brotas, na companhia da família e amigos da Raimunda e do Zé. Amigos que conheço desde 1979, quando cursava filosofia em Campinas e fazia pastoral em Hortolândia. Com o coração em festa e cheio de plena alegria por estarmos juntos. aqui. Deus tem sido muito generoso comigo, por me proporcionar situações tão especiais. Celebramos juntos este momento especial.
A riqueza da liturgia do dia de hoje nos ajuda a aproximar do mistério de Deus presente na vida de Jesus. O versículo final do texto do Evangelho de Lucas nos dá a chave de leitura: “O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele”. (Lc 2,40) A intimidade de Deus presente intrinsecamente na pessoa de Jesus. Sua missão decorre da sua relação filial com o Pai: “Eu e o Pai somos um”. (Jo 10,30) Isto significa que essa missão provém do próprio mistério de Deus e da realização de sua vontade entre as pessoas. Contudo, ela se processa dentro do mistério da Encarnação, onde Jesus vai aprendendo a viver a vida humana como qualquer outro homem.
Assim deve ser a nossa missão neste mundo. Abrir-nos à realidade da proposta de Jesus, dando continuidade a sua missão. Ser presença viva de Deus diante dos desafios da vida. O Deus que se revelou em Jesus continua revelando nos sinais dos tempos. O mistério da Encarnação está em nós graças às palavras de Jesus: “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos” (MT 28,20), quer você acredite ou não. Jesus está vivo e sempre presente no meio de nós, como o Emanuel, o Deus-conosco. Viva de forma Jesuânica, sendo você mesmo/a, revelando em si o Deus que é vida para todos!
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