Quarta feira do Tempo do Natal depois da Epifania. Este é um tempo litúrgico muito forte, em que nos voltamos para a manifestação plena de Deus, com a saída dos judeus do protagonismo da Economia da Salvação e a tomada de posse do novo povo de Deus, com a Nova Aliança. Deus que vem ao encontro dos seus e de todos aqueles e aquelas que aceitam o Menino Deus, o Príncipe da Paz, como o nosso Salvador. As profecias da vinda do Messias sendo cumpridas, na acolhida dos Magos, adorando o Redentor de todos nós.
Rezei esta manhã neste clima teológico da manifestação de Deus. O relógio biológico não falha. Assim que o clarão se manifestou, se tornando dia, me fiz cidadão orante, procurando entender o que Deus tem a nos dizer. Rezar é muito mais que repetir um amontoado de frases feitas, prontas, e abrir o nosso coração para escutar, o que Deus tem a nos falar. A atitude de escuta é fundamental em nossa postura orante, diante de Deus. Ele está frequentemente a nos falar, sobretudo pelos fatos e acontecimentos da vida.
Minha oração matinal findou quando já estava no teatro da PUC (TUCA), com a mística preparada para o segundo dia do Curso de Verão. Enquanto o assessor foi destrinchando seus saberes, me pus a rabiscar. Olhos e ouvidos atentos à fala do assessor, fui dedilhando na tela do celular, tentando não ser traído pelo terrível corretor. A vida nos ensina que é no ato de aprender que a gente ensina, como já dizia Paulo Freire: “Quem ensina, aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender”.
Aprender com o movimento de Jesus, que é a proposta do texto da liturgia do dia de hoje. Diante dos discípulos amedrontados, Jesus foi direto: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo!” (Mc 6,50) O discipulado não estava entendendo nada, desde quando toda aquela multidão saciou a sua fome, e a situação se complicou, depois de verem Jesus caminhando sobre as águas, como um fantasma. O texto de Marcos conclui que: “O coração deles estava endurecido”. (Mc 6,50) Caminhavam com o Mestre, mas não haviam aprendido o suficiente para n’Ele confiar.
Jesus faz uma afirmação teológica que nos remete ao passado: “Sou Eu!” Evidente que este texto está relacionado ao livro do Êxodo quando diz: “Eu sou aquele que sou!” (Ex 3,14) Ali, se manifesta a soberania de Deus sobre a criação. Deus é um só e não muda! Ele é a plenitude do Ser e de toda perfeição. Ele está presente junto ao seu povo para sempre na pessoa de Jesus. Estar com Ele não precisa ter medo, pois a presença d’Ele em nós, encorajam as nossas ações.
O texto de Marcos de hoje, nos ajuda a entender que temos em nós o verdadeiro Deus. Mesmo que os discípulos não tenham entendido e nem conseguido ver a presença de Deus em Jesus, devemos abrir a nossa mente e coração para sentir a presença d’Ele em nós e em todos aqueles que conosco convivem, sobretudo naqueles e naquelas que são marginalizados pela nossa sociedade e pelas religiões. Bem na linha do Namastê: “o Deus que há em mim, sauda o Deus que há em você!
O fantasma do medo que age impedindo e intimidando as nossas ações. Triste a vida de quem se deixa dominar pelo medo. Para os seguidores de Jesus que não entendem que o comércio e a posse devem ser substituídos pelo dom e pela partilha, Jesus se torna um fantasma ou apenas um “fazedor de milagres” que provoca o medo, e não a presença do Deus vivo e verdadeiro. Nestas horas, lembro-me de uma das falas de nosso bispo Pedro: “O contrário da fé não é a dúvida: é o medo. E não se pode ter medo do medo!”
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