Hoje minha crônica vai curta e em tom de perda…
Fui professor dedicado por quase quarenta anos.
Sempre preguei a superação.
Fiz do carinho e gentileza acompanhantes do giz e do quadro negro.
Me fiz pai,irmão, amigo e,claro, professor!
Hoje fui ao supermercado ali na rua Antonio de Barros.
Estacionei, atravessei a rua e entrei na cafeteria.
Fui recebido com o carinho de sempre!
Tomei meu cafezinho bem devagar, conversando com a Jane, barista!
Estavámos alegres e falantes!
Ao sair fui interpelado:
Um homem,idade indefinida,
andrajoso ,sem banho a muito tempo:
“Professor Thozzi, o senhor me paga um pastel?Tô com fome!”
Tentei adivinhar quem seria,afinal me conhece!
Não consegui!
Questionei?
“Sou o Alemão, seu aluno,turma de oitenta, Dom Miguel !”
Parei…
Não disse nada…
Sensação de derrota…
Eu me esforcei tanto pra ser exemplo!
Hoje não tem vinho, não há comemoração…Vou tomar uma dose de Grappa italiana!
Amortecer a memória!
Ah! Claro, estendi lhe uma nota para o pastel…
Boa noite, gente amiga querida, está esfriando de novo, o sol do dia perdeu o brilho!
Dirão: Você fez sua parte!
Será? Talvez não tenha insistido o suficiente!
Bênçãos e beijos pra todos nós especiais para o Alemão!
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