Sábado da Terceira Semana do Tempo do Advento. Reta final. Já estamos quase lá. A esperança canta alegre em nosso coração. A espera deve fazer-nos participativos na festa da vida nova. Esperar acreditando e preparando-nos para o grande encontro com o Senhor. Ele vêm e nos faz participativos em seu projeto de libertação, que se fundamenta no amor. Como bem definiu Sófocles: “Só uma palavra nos liberta de todo o peso e da dor da vida: essa palavra é o amor”.
Amor que está sobrando em meu coração, ainda mais nestes dias em que estou de volta à minha terra natal, abraçando os irmãos, sobrinhos, primos e amigos. Cada esquina destas ruas contam um pouco da minha história. Estar de novo em Minas, revitaliza a alma e faz o sangue saltitar nas artérias. É muito contentamento para um matuto do Araguaia. Se a cidade grande assusta, cada abraço recebido, faz de mim o homem mais feliz do planeta.
O clima já é de Natal. Não aquele que está presente nas rotas comerciais da propaganda de luzes coloridas, mas o Natal da criança da gruta de Belém, que vem mostrar-nos que é na simplicidade das coisas, que o rosto de Deus se faz visível e palpável. O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual podemos dar, rumo ao encontro com Ele: Deus em nós, totalmente nosso.
Encontro de amorosidade que estamos refletindo com o texto do evangelista São Lucas. Mais do que uma narrativa história, trata-se, antes de tudo, de um texto teológico catequético. O encontro de Maria, com sua prima Isabel. O encontro de João Batista com Jesus. O encontro da alegria com a esperança, movendo o sonho de Deus.O encontro da Antiga Aliança com a Boa Nova do Reino, que inaugura a chegada do Reino de Deus, com a Encarnação do Verbo. Tudo isso sendo regado com a força do Espírito Santo de Deus. “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”. (Lc 1,41)
A narrativa da visitação de Maria à sua prima Isabel, que vivia em Ain Karin, nas montanhas da Judeia, é uma das páginas mais ricas de referências bíblicas, de humanidade e de espiritualidade. Maria percorre o caminho teológico da Arca da Aliança. É também o mesmo caminho que Jesus fez quando se dirigiu corajosamente para Jerusalém, a fim de realizar a sua missão. É sempre Deus que, em diferentes momentos da história, vai ao encontro da pessoa humana para salvá-la. Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lc 1,42)
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