Quinta feira da Vigésima Sétima Semana do Tempo Comum. Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil. A Igreja está em festa. Estamos todos em festa, celebrando o dia de nossa Mãe Negra de Aparecida. O coração triunfante na alegria de saber que, num dos maiores países escravagistas do mundo, sua padroeira é uma mulher negra.
Viva a Mãe de Deus e nossa! No dia dela, rezei em seu colo aconchegante maternal, sendo acariciado em minhas dores, por suas mãos ternurais de Mãe. Longe das águas de meu Araguaia, me sentei junto a ela. Ela e eu, eu e ela, trazendo presentes entre nós os muitos amigos e amigas distantes, carentes de carinho e proteção como eu. Juntos, dialogamos em solene oração, pedindo a sua intercessão junto do Pai e a seu Filhão.
As muitas faces da Mãe. As muitas faces de Maria, a Senhora de todas as horas. A zeloza Mãe, que não mede esforços para estar ao lado dos pobres e indefesos filhos seus, carentes de carinho, cuidado e proteção. “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Essa Mãezona que abre os braços e nos acolhem a todos, como a galinha que acolhe os filhotinhos embaixo das suas asas.
O ano de sua pesca/aparição era o de 1717. Naquele contexto histórico, a economia brasileira estava ligada ao trabalho escravo: extração de ouro e pedras preciosas, cana-de-açúcar, criação de gado e plantação de café. A mão de obra escrava era a força que movia as atividades econômicas. Foram 388 anos que os seres humanos escravizados produziram a riqueza. Dos 21 milhões de negros, sacados à força do Continente Africano, 1/3 deles permaneceram desumanizados por aqui, um país “cristão”.
Já, no contexto Litúrgico da festa de hoje, Jesus está dentro das “Bodas de Caná na Galileia. Um dos sete sinais, que João, faz questão de nos apresentar. Aliás, este evangelista se notabiliza em resumir a atividade messiânica de Jesus em sete sinais, no intuito de mostrar quem é este Jesus: As bodas de Caná (2,1-12) Cura do filho de um funcionário (4,43-54) Cura do paralítico (5,1-47) Multiplicação dos pães (6,1-15) Caminhar sobre as águas (6,16-70) Cura do cego de nascença (9,1-41) Ressurreição de Lázaro (11,1-54).
Bodas de Caná. Festa de casamento. Uma simbologia teológica, já que o casamento representava a aliança de Deus com o povo de Israel no Antigo Testamento. Estando nesta festa, Jesus quer dizer que Ele é o símbolo da Nova Aliança definitiva entre Deus e a humanidade. O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade messiânica de Jesus: com sua palavra e ação, Ele transformará as relações das pessoas com Deus e entre si. Uma nova humanidade redimida.
Como toda festa naquele tempo, não podia faltar o vinho. Seria uma desonra para os donos da festa. As Bodas de Caná sem vinho, representava a festa sem a presença do convidado especial: Jesus. A Mãe, atenta que é, se apressa em recorrer ao Filhão, para que este os socorressem. Apesar da resposta de Jesus: “Minha hora ainda não chegou” (Jo 2.4), a Mãe sabia que seu filho não negaria fogo. Mais uma vez ela, aliviando a situação. Tanto que recomendou aos que serviam: “Fazei tudo o que ele disser!” (Jo 2,5b) Esta é também a recomendação feita a todos nós, se quisermos fazer parte da festa da vida com Jesus. Sem medo do pecado e sem medo de sermos felizes, embriagando-nos com o vinho novo que é Jesus! Salute, sob a proteção da Mãe, intercessora em todas as horas! Viva a Mãe de Deus e nossa!
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