Sexta feira da trigésima quarta semana do Tempo Comum.
Sextou em clima de Copa do Mundo pela última vez em novembro. Uma copa diferente, talvez pelo seu caráter “autoritário” de um país em que os Direitos Humanos são diuturnamente flagrados, seja com as mulheres, seja com a comunidade LGBTQIA+. Não é à toa que algumas das seleções mais afinadas politicamente, tem se manifestado de forma contundente. Não é o caso do Escrete Canarinho, com raríssimas exceções, de homens alienados que estão se lixando para o que acontece à sua volta, desde que seus polpudos salários estejam na conta.
Novembro segue dando as coordenadas, nos introduzido no último mês do ano. Apesar de o Advento estar batendo às nossas portas, em termos eclesiais, estamos já falando acerca da próxima Campanha da Fraternidade 2023, que terá como tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Uma temática extremamente atual para a nossa caminhada de Igreja, já que os dados da fome em nossa sociedade são alarmantes. Estima-se que já ultrapassamos a casa dos 33 milhões de pessoas famintas. Sem falar naquelas famílias que estão inclusas nos 116 milhões que vivem em situação de insegurança alimentar. Fome de mais, justiça e igualdade de menos.
Somos seres aprendizes. A vida se constitui num permanente aprendizado. Aprender com os ensinamentos da vida é um dos nossos maiores desafios. Aprender a aprender. Aprender aprendendo a aprender. Uma proposta pedagógica que está ligada a linha construtivista, cujo expoente maior foi o psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). No construtivismo, a ideia central é a de que o aprendizado começa a acontecer quando a pessoa interage com objeto do conhecimento. Aprender é uma construção pessoal que se dá de forma subjetiva, quando o conhecimento é encarado como interpretação pessoal da experiência. Aprender a aprender com as experiências da vida. Aprender, aprendendo sempre.
Aprender com Jesus, o Mestre Galileu. O Mestre dos mestres, que hoje mais uma vez está ensinando os seus a aprenderem com os sinais dos tempos, sobretudo os sinais da natureza. Aprender a aprender com os povos originários que tem na natureza a sua escola de vida. Natureza que lhes ensina e dita o caminho a seguir, acompanhando a lógica própria das estações do ano no ciclo da vida. Cada tempo deste é importante e tem a sua razão de ser no todo que compõe o jeito de ser da Mãe Terra. “A natureza é sábia e tudo nela contribui para o bem do todo, sem que nada se perca, mas se transforma num todo”, me disse certa feita o Mestre professor Cosme Rité (Xavante). Sabedoria que vem das coisas de Deus.
A liturgia deste dia é uma fonte de riqueza e aprendizado para os seguidores de Jesus que com Ele se dispõem a ouvir seus ensinamentos. Aprender a aprender com Jesus. Aprender o caminho que leva a estar com os pobres. Caminho este que é a pedagogia do aprendizado que ensina a fazer a história dos pobres que buscam um mundo mais justo e mais humano. Jesus traz o projeto para uma ordem nova, a libertação que leva as pessoas a um mundo novo, cujas relações de partilha e fraternidade, substituam as relações de exploração e dominação. Projeto este que encontra forte resistência por parte dos ricos e poderosos, que querem continuar construindo e mantendo uma estrutura social injusta e desigual, como forma de manutenção de seus privilégios de classe. Aquilo que Paulo Freire denunciou numa de suas frases: “Os opressores, falsamente generosos, têm necessidade, para que a sua ‘generosidade’ continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanência da injustiça”.
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. (Lc 21, 33) os tempos vindouros vão chegar a a Palavra de Deus haverá de permanecer fazendo o julgamento da história. Todas as injustiças cessarão. Cabe a cada um dos seguidores e seguidoras de Jesus permanecerem fieis, testemunhando na vida cotidiana que a justiça de Deus triunfará. Não esmorecer e desistir diante dos infortúnios da vida é a grande chave de leitura pedagógica de que Deus é o Senhor da História. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua Morte e Ressurreição, testemunhadas pelos discípulos e discípulas, irá reunir todo o povo de Deus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga” (Lc 9,23). Jesus é o nosso educador que mostra, pela sua palavra (ensinamento) e ação (prática), pela sua Morte, Ressurreição e Ascensão, o caminho que leva à salvação e comunhão com o Pai, fonte e fim de toda a vida. Sabedoria que aprendemos com Pedro com a estrofe de um dos seus poemas: “Senhor, não quero ser mais do que sou: nada. Para que, deste modo, em minha mansão desabitada, Tu, Hóspede dono, seja tudo”. (A Morte – Pedro Casaldáliga)
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