Escrevo com emoção e o coração na mão para registrar meus passos, como aposentado, das Aldeias Infantis SOS Brasil, completando nesse Natal de 2021, o primeiro ano.
“Nada de novo debaixo do sol” e “nada será como antes”, são momentos que cantamos com os anjos, mas sem contradição, considerando que o essencial que nem sempre os olhos veem ,é permanente em qualquer lugar e tempo para florescer.
Se era num barco, estou certo que não pulamos fora, mas encontramos outras margens, que ilustro e muito escrevo sobre o Rio Mindu (igarapé), perto de onde moro atualmente.
Se fosse um caminho, tortuoso e envelhecido da natureza humana, tentaria aplainar, tirar pedras e reconstruir o afeto e o cuidado que nunca seriam suficientes para idosos. Daí, posicionei com minha nova morada perto da Fundação Dr. Thomas.
Meus olhos passaram a seguir os catadores de resíduos sólidos e do lixo fresco para se alimentar ou extrair algo, ainda aproveitável.
Passantes humildes em busca de trabalho e assíduos dependentes de álcool chamaram minha atenção, num cenário que me provocava pensar e agir com eles.
Com os idosos, decidi me encontrar para ouvir suas histórias, registrar suas vidas e vê-los sorrir na devolutiva.
Com os dependentes de álcool resolvi investir em amizade sincera e acolhedora.
Com moradores da Vila Amazônia, dar presença para criar amizade e referência para Jesus e o seu Reino.
As novas descobertas e as pessoas que passaram a compor meu repertório de vitalidade e sentido, equilibraram a saudade das crianças da primeira infância com as quais vivi momentos criativos de estórias, brincadeiras, mágicas e palhaçadas. Entre mim e elas circulavam os bichinhos que cantavam e encantavam, as flores que forneciam sementes e a beleza da soma e da partilha com as professoras. Coelhos malhados e pintadinhos conviviam com porquinhos da índia e ensinavam as diferenças para o abraço constante entre as crianças. Era um Natal permanente na Aldeia, como Vila Educadora.
Os girassóis sempre estavam de olho nas crianças e só fechavam os olhos quando as borboletas chegavam. As flores giram para o sol e chamam as estrelas para as noites escuras. Olham para o solo, chamando as formigas para dançar em suas pétalas.
Saudade benfazeja que perdurou por um ano. Conferiu energia para o novo ano e abriu horizontes que continuo descortinando…
Agora, as águas correm debaixo da ponte do Camaleão. Além do Rio Mindu, o Anjo Gabriel nos mostrou uma “GRUTA” de Nossa Senhora que o fundador, Sr. José Azevedo, do Grupo TV Lar, deu o nome de Santíssimo Santuário de Maria.
Uma Capela que nasceu da gratidão da familia Azevedo , quando construiu o Condomínio TV Landia Mall (Manaus Plaza Shopping).
Viro o ano em copiosa esperança, professando a força da semente, tal como Jesus ensinava:
“Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá e ela irá. E nada vos será impossível.” (MT 17,20).
O tempo é conjuntura que delineia o jardim florido das sementes lançados no chão. O habitante mais honroso é o GIRASSOL, flor símbolo que gira ao redor do Sol da Justiça, que clareia as trevas e guarda o segredo que vamos revelar aos pequenos e abandonados:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João, 3,16).
Jesus, o SOL NASCENTE que veio nos visitar. AMÉM!
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