Sábado da Décima Sexta Semana do Tempo Comum. Com este 209º dia do ano, chegamos ao último final de semana do mês de julho. Neste sábado, a Lua está na sua Fase Minguante, ou seja, o satélite natural da Terra está 66% visível para nós daqui de baixo. Oito dias mais e ela passará para a nova fase, que será Nova. Conforme a nossa posição, aqui no Hemisfério Sul da terra, a vemos no formato das letras C ou D. Como somos influenciados pela Lua, nesta fase, nosso corpo pede menos esforço, menos atividades físicas e, consequentemente, menos estresse e tensão. Também a mente pede mais introspecção de pensar menos e sentir mais as coisas e pessoas com o coração, seguindo o pensamento de Platão que dizia: “A paz do coração é o paraíso dos homens”.
Na data de hoje trazemos presente o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho. Lembrando que acidente de trabalho é aquele que ocorre durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, acarretando a perda ou redução da capacidade para o trabalho e, em último caso, a morte. A lembrança deste dia tem o objetivo de alertar trabalhadores/as e empregadores, governos e sociedade civil, para a importância de práticas que reduzam o número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, promovendo um ambiente seguro e práticas saudáveis em todos os setores da produção.
Rezei hoje às margens do Araguaia. Antecipei-me ao irmão Sol e o vi nascer do chão da Ilha do Bananal. Espetáculo indescritível. Somente Deus mesmo, para pintar em cores naturais, tamanho esplendor. Ver e sentir a natureza se expressando em formato de raios solares refletidos nas águas do rio, é sentir a presença de Deus e seu Ser Divino, presenteando-nos com mais um dia. Cada um daqueles raios traz em si a amorosidade transcendental de Deus, que aposta em cada um de nós, acreditando que daremos o melhor de nós naquele dia que temos inteiro pela frente. Diante de tamanha beleza, conclui a minha humilde prece, me lembrando de Mahatma Gandhi: “Minhas imperfeições e fracassos são como uma bênção de Deus, assim como meus sucessos e meus talentos, e eu coloco ambos a seus pés”.
Fiz-me sintonia também com Mateus que, no texto de hoje, nos coloca dentro do contexto de Jesus contando mais uma de suas parábolas. Como sabemos, o capitulo 13 deste evangelista é considerado a espinha dorsal de todo o seu evangelho. São 7 parábolas, em que Jesus fala sobre o Reino de Deus. O número sete na cultura judaica, tem significado especial. Representa, simbolicamente, a perfeição, a amplitude, a integridade, a plenitude, a totalidade. Assim, para traduzir a palavra de Jesus sobre o Reino de Deus, Mateus narra as sete comparações que Jesus faz a respeito do Reino de Deus, em formato de parábolas, como forma das pessoas entenderem melhor a mensagem de Jesus e tirarem as suas próprias conclusões.
Hoje a liturgia nos faz refletir com a segunda destas parábolas: O joio e o Trigo (Mt 13,24-30) Nesta parábola, Jesus fala como se a terra fosse um campo de trigo, no meio do qual nasce também o joio, semeado pelo inimigo. Ambos precisavam crescer até a colheita, para serem retirados, evitando assim que, ao arrancar o joio, com ele fosse arrancado o trigo. Mediante a incompreensão dos discípulos, Jesus explica o significado de cada um dos elementos que aparecem na parábola. O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. O inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.
A luta entre o bem e o mal. Esta é a luta nossa, enquanto seres humanos que somos. Bem e mal convivem conosco em nossa intimidade. Dialogam conosco ao longo da vida. Ambos fazem parte do nosso ser neste mundo. A nossa essência é povoada pelo espírito de Deus, que plasmou o bem e o fez nascer em nós. O mal entra pelas portas que vamos abrindo e permitindo que se aloje dentro de nós. Vence aquele que permitimos, com o nosso consentimento. Entre o bem e o mal está o espirito divisor do maligno que se manifesta através do ódio, da mentira, da indiferença, do rancor do ressentimento, da ganância, da discórdia. Quando me deparo com este texto de Mateus, sempre me lembro de um provérbio antigo dos indígenas, que diz maios ou menos assim: “Dentro de mim, existem dois lobos: O lobo do ódio e o lobo do amor. Ambos disputam o poder sobre mim. E quando me perguntam qual lobo é vencedor, respondo: O que eu alimento”. É o discernimento que nos ajuda a fazer a escolha entre um e outro. Como a vida é feita de escolhas, discernir é ter a Capacidade para perceber a diferença entre o certo e o errado, o bem e o mal. Aliás, este era um dos grandes dilemas de Paulo: “Não faço o bem que quero, e sim o mal que não quero”. (Rm 7,19) E você, qual destes lobos tem alimentado mais?
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