Segunda feira da quarta semana da quaresma.
Iniciamos a semana ainda olhando para o dia de ontem, repercutindo em nós, os belos textos da liturgia de ontem. Nada melhor do que saber que somos filhos e filhas de um Pai extremamente amoroso, que cuida de cada um de nós. Também no dia de ontem relembramos a páscoa de um dos grandes teólogos, expoente máximo da Teologia da Libertação: José Comblim (1923-2011). Este belga de nascimento morou e trabalhou muitos anos aqui no Brasil, influenciando o pensamento de toda uma geração como a minha, com a sua vasta produção literária teológica. Sempre muito lúcido na caminhada de uma Igreja identificada com a proposta de Jesus de Nazaré. Morreu aos 88 anos na cidade de Simões Filho (BA), deixando-nos um legado primoroso. Aconselho a leitura de “Vocação para a liberdade”.
Um iniciar de semana preocupante para os amantes da ética e das coisas feitas de forma correta. Parece contraditório, mas no ano em que a CNBB nos apresenta a Campanha da Fraternidade com a temática da educação, assistimos incrédulos, a um dos maiores escândalos de corrupção no Ministério da Educação (MEC). Mais uma vez o “gabinete paralelo” se fazendo presente, envolvendo diretamente o Ministro Milton Ribeiro, com lobistas evangélicos controlando e vendendo vantagens para obtenção de verbas do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), configurando crimes de improbidade administrativa e tráfico de influência. Segundo os áudios, tudo indica que o presidente é o mentor do esquema. Nossa educação vai mal. Muito mal!
É preciso ter muita fé para continuar na nossa luta de resistência na construção de um país mais igual e que caibam a todos. A educação tem um papel preponderante nesta luta. Pena que o texto elaborado para a reflexão da Campanha da Fraternidade deste ano, não faça alusão em momento algum a grande contribuição dada por Paulo Freire, na construção de uma educação de qualidade social em nosso país. Cabe a nós educadores, no compromisso de lutar por uma educação libertária, fazer esta interlocução, trazendo para o debate, as ideias de Freire. “Falando com sabedoria, ensinando com amor” (Pr 31,26), em sintonia com o sonho de Paulo Freire, que dizia: “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”.
Fé e coragem que sobraram na pessoa do funcionário do rei que foi até Jesus solicitando que o mesmo fosse até a sua casa e curasse o seu filho que estava doente. Um pagão da região da Galileia, faz o seu encontro pessoal com Jesus e acredita piamente em suas palavras. Tanto que ao retornar à sua casa, recebe a notícia de que naquele exato momento, que Jesus conversar com ele, seu filho ficou curado da enfermidade que o atormentava. Um homem de muita. Ter fé é acreditar que a manifestação de Deus vai chegar, e nos entregar confiantes no vazio do abismo, sabendo que a mão de Deus ali está para amparar-nos. A fé nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível, sonhando o mesmo sonho de Deus.
A liturgia desta segunda feira nos reservou um texto extraído do Evangelho de São João. A estrutura literária de João difere dos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Enquanto os três primeiros relatam muitos milagres e palavras de Jesus, o mais jovem dos discípulos de Jesus, fala dos “sete sinais” realizados por Ele: As bodas de Caná (2,1-12); Cura do filho de um funcionário (4,43-54); Cura do paralítico (5,1-47); Multiplicação dos pães (6,1-15); Caminhar sobre as águas (6,16-70); Cura do cego de nascença (9,1-41); Ressurreição de Lázaro (11,1-54). João tem um objetivo muito bem definido em seu evangelho, visando despertar e alimentar a fé das pessoas em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, a fim de que estas pessoas tenham a vida. Seria o mesmo que uma espécie de meditação, que procura aprofundar e mostrar o conteúdo da catequese existente na comunidade que ele representava.
Hoje estamos diante do segundo sinal: Cura do filho de um funcionário (4,43-54) Jesus realizando a sua missão evangelizadora em terras de pagãos, distante das instituições que se consideravam salvadoras. Enquanto os judeus o recusavam, publicanos, pecadores e pagãos o acolhem de braços abertos, como foi o caso do funcionário do rei. Um pagão marginalizado que acredita na palavra de Jesus e se converte com toda a sua família. Numa clara demonstração de que a salvação é dom gratuito de Deus para todos aqueles e aquelas que se abrem e respondem a esse dom. Também nós somos desafiados a manifestar pela nossa fé o acreditar no Projeto de Deus. Acreditar em nós mesmos, e de que somos capazes de caminhar na mesma toada de Jesus. Acreditar no irmão/Irmã que caminham conosco, edificando a cada dia o Reino. Acreditar sempre! Por mais que os dias sejam difíceis, não podemos perder a fé e nem deixar que nos tirem a esperança utópica do Reino. Como bem dizia nosso bispo Pedro: “Só vivendo a noite escura dos pobres, é possível viver o Dia de Deus. As estrelas só se vêem de noite”.
Quarta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. A luta continua! Somos filhos e filhas…
Terça feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Já de volta em casa, depois da…
Segunda feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Iniciando mais uma semana em nossa trajetória…
33° Domingo do Tempo Comum. Este é o penúltimo Domingo do Tempo Comum. Estamos nos…
Sábado da 32a Semana do Tempo Comum. O penúltimo final de semana de novembro dando…
Sexta feira da 32a. Semana do Tempo Comum. Novembro sextando em clima de feriado. 135…