A coragem de ser com Jesus
Quinta feira da Oitava do Natal. Entre os dias 25 de dezembro a 1º de janeiro, a liturgia da Igreja Católica celebra a Oitava do Natal. Durante estes oito dias, somos convidados a viver a exultação da Festa do Nascimento de Jesus. É um tempo de graça para os/as seguidores/as de Jesus, que termina com a celebração da Solenidade de Maria, Mãe de Deus. O que se deseja é que a Solenidade de Natal não se resuma a um único dia, embora os oito dias da Oitava de Natal sejam celebrados como se fossem apenas um.
Depois de dias intensos de convivência feliz e de festas, com os meus irmãos de sangue, e os amigos daqui das Gerais, retomo o meu ofício de rabiscar, colocando em dia o compartilhamento com os amigos e amigas mais distantes. Aproveitei deste hiato para rezar um pouco mais, sempre agradecido a Deus, pelas pessoas especiais que Ele tem colocado na minha vida ao longo de tantos anos de história. Assim pensando, assino embaixo daquilo que escreveu o filósofo londrino Francis Bacon: “A pior solidão é não ter amizades verdadeiras”. O que não é o meu caso. Os meus estão sempre presentes em minha vida
Solenidade de Santo Estêvão, o Protomártir. No dia 26 de dezembro comemoramos o Dia de Santo Estêvão, o primeiro mártir da História da Igreja Católica. Estêvão era um diácono que se dedicava a anunciar a palavra de Jesus, e foi perseguido e apedrejado até a morte por judeus e hebreus. Ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. Cheio do Espírito Santo, Estêvão foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos de Jesus. Tudo indica que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Estimado na Comunidade de Jerusalém, seu nome aparece nos Atos dos Apóstolos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos.
As consequências da missão. É preciso coragem para seguir as pegadas de Jesus. Isto não se faz apenas com uma fé intimista, individualista, de uma relação vertical, eu e Deus, mas significa comprometer-nos com as mesmas causas de Jesus, em favor dos pobres, indefesos e marginalizados, como fez o Nazareno. A vida de entrega e doação de Estevão mostra-nos este seguimento, como testemunha fiel, derramando o seu sangue em martírio pelas causas do Reino.
É desta forma também que o Evangelho de Mateus, que a liturgia nos oportuniza refletir nesta quinta feira, nos convoca a viver, com coragem e determinação, se quisermos fazer parte do grupo dos seguidores e seguidoras de Jesus. A coragem para seguirmos na missão de anunciadores da Boa Nova do Reino. Tudo isto em sintonia também com o que nos pede o Papa Francisco: “levantemos a voz contra o mal e contra as injustiças cometidas diretamente sobre os mais pobres”.
No texto de Mateus de hoje, Jesus está sendo muito claro e objetivo no alerta ao discipulado: “Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações”. (Mt 10, 17-18) Os discípulos e discípulas terão o mesmo destino de Jesus: sofrer as consequências da missão que liberta e dá vida nova. Essa missão atingirá os interesses de muitos e, por isso, provocará a perseguição, a divisão e o ódio, até mesmo dentro das famílias. Muitas vezes poderá levar para a condenação nos tribunais. A missão, porém, é dirigida pelo Espírito Santo de Deus. Por isso, os seguidores e seguidoras, deverão perseverar até o fim, sem temor nem aflição, seguros da plena manifestação de Jesus, Senhor da história.
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