Você sabia que nós, brasileiros, possuímos uma ancestralidade tripla? Sim! Mistura de ameríndios, africanos e europeus. Somos o povo mais diverso de mundo.
Mundo este com 7 bilhões de pessoas únicas em seus genomas e ao mesmo tempo diferentemente iguais debaixo da pele. Isso pressuporia um Brasil harmônico, belo, solidário, de paz, feliz?
Presentes no ser humano o orgulho, a prepotência, o sentimento de supremacia e o egoísmo transformaram esse arco-íris de rica diversidade no 9º país mais desigual desse planeta. Os que mais sofrem: os negros. E a dor do sofrimento não é apenas da fome, do desemprego, da dificuldade de inserção na universidade, mas da indiferença, da discriminação.
Em pleno século 21, ainda há uma legião de pessoas que se sentem superiores a outras pela simples cor da pele. A tal ponto que as subjugam impondo o subemprego e/ou desemprego, a moradia no cortiço ou na favela. No lugar do pão a fome, no lugar da escola a senzala, no lugar da liberdade os grilhões, no lugar da vida a morte.
Certa vez, no bairro onde moro, em Santa Etelvina, após a missa de domingo à noite, um jovem foi brutalmente assassinado com uma facada no pescoço. Na rua alguém afirmou que o algoz era um viciado e estava visivelmente “chapado”, por isso não tinha consciência do mal que fizera. O jovem morto estava no auge de seus 20 anos, empregado, arrimo de família, negro.
A falta de consciência continua violentando, ceifando milhares de vidas de brasileiros e brasileiras negros além de discriminá-los. Continua promovendo enorme desigualdade e sofrimentos que remontam desde o “pré-descobrimento”, passando pelos períodos Colonial, Império e a República chegando até os dias atuais.
E a violência continua. Só nesta última década, os casos de homicídio de negros aumentaram 11,5%, de acordo com o Atlas da Violência 2020. Letalidade esta consequência do sobrepujar racial. Há aqueles que negam, mas não podem esconder o racismo existente em nosso país.
Mesmo que nos falhe o sistema límbico, que está localizado na parte frontal de nosso cérebro, impossível olhar os números das diversas formas de violência, discriminação, desemprego, a falta de moradia, assento nas universidades, e não nos movermos para fazer unidade com os que lutam pelo fim da discriminação racial e buscam promover o empoderamento da consciência negra.
Somente aqueles que não dispõe do mínimo de sensibilidade é que podem achar normal alguém afirmar que seu filho jamais se casaria com uma negra pois este fora educado.
É urgente que, concomitante a construção de uma consciência negra, construamos também uma consciência moral! Ela nos dá a certeza interior instantânea de que algumas atitudes são certas ou erradas o que pode resultar no sentimento de culpa ou em alegria, dependendo do valor moral das ações em questão. O sentimento de culpa quando alguém faz alguma coisa errada é popularmente descrito como consciência pesada.
Nossa consciência não pesa ao saber que 71,7% dos jovens negros abandonam a escola, a maioria porque precisa trabalhar? Não pesa diante de 72,9% de desempregados, entre negros e pardos, de um total de 14,8 milhões de pessoas nessa situação?
O país os relega a violência, discriminação e pobreza, e eles continuam a nos oferecer as riquezas da cultura afro-brasileira, parte constituinte da memória e da história de nosso povo e seus aspectos que transbordam as margens desse texto. São os costumes e as tradições: a mitologia, o folclore, a língua (falada e escrita), a culinária, a música, a dança, a religião, enfim, o imaginário cultural brasileiro.
Você já observou que o pensamento ocidental sempre procurou manipular a identidade negra, a identidade africana, colocando sempre o negro como um ser não pensante, alegando que o africano era primitivo, supersticioso, não civilizado, sem história e sem cultura? Não podemos deixar que tentem continuar nos enganando. As Mulheres e homens negros contribuíram e muito para a construção do Brasil.
São guerreiros, profissionais liberais, artistas, atletas e ativistas políticos que fizeram a diferença no país: Aqualtune, Zumbi, Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho; Maria Firmina do Reis, Padre José Maurício, Luís Gama; André Rebouças, Machado de Assis, José do Patrocínio, Nilo Peçanha que foi presidente da República e Laudelina de Campos Melo, empregada doméstica e ativista política.
Após tantos séculos de subjugação, somente em 1978 foi que ativistas do Movimento Negro Unificado (MNU) se reuniram em Salvador e acordaram que o dia da morte de Zumbi, 20 de novembro de 1965, seria celebrado como o Dia da Consciência Negra.
A data foi estabelecida pelo projeto Lei n.º 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. No entanto, somente em 2011 a lei foi sancionada (Lei 12.519/2011) pela então presidente Dilma Rousseff.
Que os governos municipais, estaduais e federal promovam o respeito e a inclusão dessa população. Que os legisladores criem Leis que garantam a promoção e a dignidade. E que nós fiscalizemos, porque, se não, serão mais documento com letras mortas, sem efeito.
Se esperarmos apenas por boa vontade, a mudança nunca chegará.
fonte: A COR NÃO DIFERE OS SERES HUMANOS, O CORAÇÃO SIM. – Amazônia On (amazoniaon-noticias.com.br)
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