Em “Todos despejados dos seus ninhos a todos os pobres do mundo,”
Em mais uma sexta-feira, nosso grupo foi visitar o viveiro dos “passarinhos de rua”.
Como de costume, caprichosamente preparado no horário de sempre, às 21h, saímos no comboio da alegria e solidariedade para visitarmos os viveiros.
Ao chegarmos ao local onde encontrávamos nossos passarinhos, fomos surpreendidos pela ausência total deles, sem entender as razões.
Partimos a procura para compreender o ocorrido . Rodamos por alguns locais, até que na praça da polícia, por ironia, os encontramos. Logo explico a ironia. Dayvison tinha no seu peito tatuado o seu nome, talvez o que restava de sua identidade. Ele era o representante dos nossos anfitriões. Veio ao encontro do comboio que momentaneamente, foi reclassificado o “ comboio “ da tristeza e da indignação.
Após todos nos rodearem, ouvimos com compaixão o que tinha ocorrido.
Os donos das lojas que ficavam ao lado da casa deles ( viveiro), devido a furtos que teriam acontecido na redondeza, chamaram a polícia (a ironia) e contrataram seguranças que os despejaram. Não bastassem as condições subumanas, não aceitavam , pelo resto de dignidade que tinham de serem acusados ou colocados sob a suspeita de ser ladrões. Pelo contrário, eram como guardiãs. Na verdade, era a presença deles que evitava que os roubos acontecessem nas lojas perto de onde o viveiro ficava, cada um com seus papelões nas calçadas e batentes.
O que fazer agora?
Nós solidarizamo-nos com todos eles e os convidamos para agradecer e pedir a Deus sua misericórdia. Todos de mãos dadas , assim fizemos.
Após repartimos o pão da ceia sagrada, o Espírito Santo soprou alegria e força para continuarem a viver.
É assim, com as esperanças renovadas, nos despedimos, temporariamente, com algumas conversas paralelas e abraços.
Nosso comboio prosseguia feliz para a nova parada de outro “altar”, à rua Joaquim Nabuco, em frente ao colégio Santa Doroteia, para louvar, agradecer , bendizer, adorar e rezar: “Aqui, Senhor, estamos ao teu dispor”.
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