Quarto Domingo do Tempo Comum. Um domingo especial, porque nesta data de hoje, a exatos quarenta dias do Natal, a liturgia da Igreja Católica nos traz a Festa da Apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém. Mãe e Filho, Maria e Jesus, são apresentados, cumprindo assim a tradição judaica que está prevista num dos livros do Pentateuco (5 livros – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), conforme segue: “Consagra-me todos os primogênitos, todo primeiro filho israelita que vem à luz me pertence, não somente entre os seres humanos, mas também entre os animais!” (Ex 13,2) Segundo a tradição, o primeiro filho era o responsável pela descendência: consagrá-lo era reconhecer que Deus é o Senhor da vida e o responsável pela continuidade do seu povo.
A festa da Apresentação de Nossa Senhora ao Templo “coincide” com a Festa de Iemanjá. Graças ao sincretismo religioso, no catolicismo, Iemanjá corresponde a Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora das Candeias. No dia 2 de fevereiro também é celebrado o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes, outro título com o qual a Virgem Maria é venerada. Nossa Senhora dos Navegantes, como o próprio nome já indica, é a protetora dos marinheiros e pescadores. A aproximação com Iemanjá é bem compreensível. Cultuada na Umbanda, no Candomblé e em outras religiões Afro-brasileiras, o Orixá Iemanjá é a Rainha das águas mares e oceanos. Matriarca espiritual das águas, ela é um símbolo de força feminina, proteção e generosidade.
Também conhecida como “Rainha do Mar”, Iemanjá é um orixá africano feminino. Ela faz parte da religião do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras. Durante o período colonial no Brasil, os negros escravizados eram proibidos de cultuar suas divindades e celebrar suas crenças, já que o catolicismo era imposto sobre eles como mais uma forma de dominação. Para driblar as punições, os escravizados criaram uma aproximação das características de santos católicos aos dos orixás, divindades de religiões de matriz africana. Dessa forma, eles cultuavam seus orixás através das imagens de santos. Também conhecida como “Rainha do Mar”, Iemanjá é um orixá africano feminino. Ela faz parte da religião do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras.
Mas, voltemos à Festa da Apresentação do Menino Jesus ao Templo. O evangelista Lucas, ao descrever a cena de hoje, não tem a pretensão de fazer um relato histórico apenas, mas descrever teológica e cristologicamente a vinda do Messias como o Verbo Encarnado, como o evangelista São João assim o descreve: “E o Verbo de fez carne e habitou entre nós”. (Jo 1,14) Com este texto de hoje, Lucas nos mostra que Jesus não caiu do céu, mas entrou para a história humana passando pela realidade nua e crua de um casal pobre da periferia de Nazaré, como podemos observar pela oferenda feita por eles no Templo: “Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor”. (Lc 2,24) Uma oferenda simples, pois esta era a única oferta que os pobres tinham condições financeiras de fazê-lo.
Com a vinda de Jesus para o meio da humanidade, Deus subverte a ordem das coisas. Jesus nasce no seio de uma família pobre da periferia, no meio dos pobres, para estar com os pobres. Graças à participação decisiva de uma mulher forte e corajosa, Deus faz nascer o seu Filho no ventre maternal de Maria que disse Sim a Deus. Uma voz feminina dando lugar e vez às mulheres, até então, desprezadas e marginalizadas pela sociedade da época, tornando-se protagonista do projeto libertador de Deus para os pobres. Jesus que é acolhido e apresentado por um casal de anciãos (Simeão e Ana), decifrando assim teológica e cristologicamente toda a missão de Jesus.
“Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição”. (Lc 2,34) A vinda de Jesus inaugura uma nova história. A humanidade não será mais a mesma. O mundo não será mais o mesmo, mas se dividirá entre antes e depois da chegada d’Ele. Profetizando o sonho de Deus, Simeão e Ana representam a comunidade dos pobres que esperam a libertação. E Deus responde à esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos: “Felizes de vocês, os pobres, porque o Reino de Deus lhes pertence”. (Lc 6,20), Jesus que continua sendo apresentado a todos nós a cada dia. Como o estamos acolhendo em nossa fé, é a pergunta que devemos todos nos fazer, se quisermos ser coerentes na fé e no seguimento d’Ele. Como Maria, possamos também dizer: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra!” (Lc 1,38)
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