Advento é vida nova! A certeza da vitória que aponta no horizonte dos nossos sonhos, que coincidem com o sonhar de Deus. Tempo de preparação e espera confiante vigilante. Temos a certeza de que alcançaremos dias melhores, mais alegria, ânimo e um ano sob as bênçãos de Deus, uma vez que o Advento nos proporciona tudo isso por causa da celebração festiva do nascimento do Deus-Menino. Preparemos o chão de nosso coração para acolher aquele que vem vindo: “o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir”. (Ap 4,8). O Senhor da história presente na história.
A chuva foi se embora de vez por aqui. O rio Araguaia segue agonizando, vendo suas águas se perderem, desnudando suas límpidas areias. Nos meus mais de 30 anos de convivência com ele, nunca o vi tão baixo nesta época do ano. O calor segue nos maltratando. Dias saáricos por aqui. Mas este prognóstico prosseguirá, enquanto continuarmos com o nosso “pecado ecológico”, maltratando aquela que nos provê de todo o necessário para a nossa sobrevivência: a mãe natureza. Bem que Eduardo Galeano já nos alertou: “Devemos tomar consciência que os direitos da natureza e os direitos humanos, são dois nomes da mesma dignidade. E qualquer contradição é artificial”.
A manhã deste dia se fez Teofania em meu quintal, com Deus se manifestando no canto festivo e alegre dos pássaros. A cada manhã, me integro nesta Teofania que é uma manifestação visível do próprio Deus. Lembrando a todos que a palavra “Teofania” tem origem na combinação de duas palavras gregas,”theos”, que significa “Deus”, e “phainein”, que significa “mostrar” ou “manifestar”. Portanto, literalmente a cada manhã, sinto esta “manifestação de Deus” em cada uma destas suas criaturas, mostrando a face de um Deus criador de tudo e de todos.
Deus sempre se manifestou na história da humanidade. Foi assim no Antigo Testamento, e foi assim também no tempo de Jesus. Quem não se lembra das leituras feitas em nossa catequese, de Moisés subindo a montanha para conversar com Deus? Hoje estamos diante de uma situação semelhante: Jesus que sobe a montanha para estar a sós com Deus, se as multidões assim o permitissem, claro! A montanha é o lugar Teofânico, onde Deus se manifesta aos seus, revelando os segredos dos mistérios de sua divindade. Teofania que acontece em momentos decisivos da história da redenção, quando Deus resolveu deixar-se ser visto por alguém com o objetivo de comunicar sua vontade a tal pessoa.
A multidão dos deserdados não deixa Jesus em paz: coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. E Jesus, ao invés de ser importunado, abre o seu coração e começa agir movido por uma imensa compaixão, curando a todos os doentes e ainda saciando a fome deles. Deus se manifesta em Jesus, que promove um dos seus sinais de partilha do pão, prefigurando aquilo que aconteceria na Quinta Feira Santa com a instituição da Eucaristia: pão partilhado para saciar a fome.
Pão da Eucarisita! Pão em todas as mesas! Este é o sinal visível de uma Igreja Sinodal em Saida. Eucaristia como Pão Partilhado à todos os famintos e não como um prêmio aos “perfeitos”. Aliás, o Papa Francisco tem chamado à atenção de muitos padres, que transfromaram o Sacramento da Eucaristia em uma “alfandega”, onde estes mesmos padres se dão o direito de escolher quem vai e quem não comer deste pão, como se fossem eles os embaixadores do sagrado. Se esta sua lógica fosse verdadeira, pode até ser que nem mesmo estes padres, estariam aptos a partilhar do pão, dadas as suas contradições no seguimento do Mestre.
O texto de Mateus de hoje nos ensina que, com a partilha do pão e dos peixes, Jesus responde às necessidades da multidão, mostrando a presença de Deus que salva o seu povo, cuja gratidão se traduz no ato de louvor. A função do seguidor e seguidora de Jesus é a de saciar a fome de pão e de cuidados daqueles que mais necessitam. Mais do que “Missas de Cura” e “Cercos de Jericós”, a Mesa da partilha da Eucaristia é o lugar do comprometimento com as causas dos que estão sendo ameaçados na sua dignidade de filhos e filhas de Deus. Participar da Eucaristia é fazer-se pão partilhado, tornando-nos “Eucarísticos” e “Crísticos”, nos desafios da vida, como manifestação Teofânica de Deus em nós. Não agir desta forma é traficar o Sacramento do Pão, deixando de saciar as fomes sociais, geográficas e existenciais.
Quarta feira da 33ª Semana do Tempo Comum. A luta continua! Somos filhos e filhas…
Terça feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Já de volta em casa, depois da…
Segunda feira da 33ª Semana do Tempo Comum. Iniciando mais uma semana em nossa trajetória…
33° Domingo do Tempo Comum. Este é o penúltimo Domingo do Tempo Comum. Estamos nos…
Sábado da 32a Semana do Tempo Comum. O penúltimo final de semana de novembro dando…
Sexta feira da 32a. Semana do Tempo Comum. Novembro sextando em clima de feriado. 135…